
O apresentador Luciano Huck voltou a emocionar o público ao relembrar um episódio de violência urbana que quase custou sua vida em 2007. A memória ressurgiu com força nas redes sociais após internautas resgatarem um desabafo intenso publicado na Folha de S. Paulo.
Mais de uma década se passou, mas a dor, o susto e a revolta daquele dia seguem vivos nas palavras de Luciano Huck. O artigo, intitulado “Pensamentos quase póstumos”, revela não apenas os minutos de terror que o apresentador viveu, mas também sua crítica contundente à insegurança pública no país. A narrativa impactante viralizou novamente, levando muitos brasileiros a refletirem sobre o cotidiano de medo nas grandes cidades.
“Um brasileiro humilhado por um calibre 38 e um homem que correu o risco de não ver os seus filhos crescerem”, escreveu Huck, em tom de desabafo.
Um momento comum que virou pesadelo: “Apontaram um revólver para minha cabeça”
O episódio ocorreu em outubro de 2007, quando Huck dirigia por São Paulo e foi surpreendido por dois assaltantes em uma moto. Enquanto esperava o sinal abrir, o apresentador teve uma arma calibre 38 apontada diretamente para sua cabeça. O alvo do roubo era um Rolex avaliado em R$ 10 mil — mas o valor do objeto era irrisório diante do que estava em jogo: sua vida.
Naquele momento, Huck não estava sozinho. Ao seu lado, o empresário Fernando Di Gênio Barbosa também viveu o susto de forma intensa. O impacto, no entanto, foi ainda mais profundo pela fase sensível que Huck vivia em sua vida pessoal.
“Angélica estava grávida de Benício, e Joaquim, nosso primogênito, tinha apenas dois anos”, relembra o apresentador no artigo.
O pensamento que dominou sua mente foi imediato e devastador: e se aquele fosse seu último dia? E se um bem material, por mais valioso que fosse, acabasse deixando duas crianças órfãs e uma mulher viúva? A reflexão de Huck escancara a fragilidade da vida diante da violência cotidiana.
“Na mesma semana, meu irmão e minha funcionária também foram assaltados”
A indignação de Luciano Huck não se limitou ao seu próprio caso. No mesmo texto, ele revela que aquela semana de outubro foi especialmente sombria para sua família: seu irmão e uma funcionária também foram vítimas de assaltos violentos. O sentimento de impotência diante da criminalidade ganhou voz em sua crítica à estrutura de segurança pública do país.
“Pagamos impostos altíssimos, mas vivemos com medo. Algo está profundamente errado”, aponta Huck no artigo.
Ele não poupa palavras ao retratar o cenário: um cidadão que contribui com o sistema, mas que se vê refém da criminalidade. A revolta ganha ainda mais força quando Huck menciona que os criminosos agiram com brutalidade e frieza, indiferentes ao risco de tirar uma vida.
Prisão dos criminosos: alívio momentâneo, problema persistente
Poucos dias após o assalto, a Polícia Civil de São Paulo conseguiu prender os dois responsáveis pelo crime. A descoberta do histórico dos envolvidos só aumentou a sensação de insegurança: um deles era foragido da penitenciária e tinha passagens por roubo e tentativa de homicídio. O outro, um grafiteiro de 27 anos, também possuía antecedentes criminais.
A prisão dos assaltantes trouxe algum alívio, mas não apagou o trauma. Para Huck, o episódio serviu como um marco em sua vida e acendeu um alerta sobre as falhas estruturais da segurança pública brasileira.
“Não é apenas sobre mim. É sobre todos os brasileiros que saem de casa sem saber se vão voltar. Isso precisa mudar”, finaliza ele no texto.
Reflexão final: quando a violência atravessa a vida de todos nós
O relato de Luciano Huck, embora pessoal, carrega um peso coletivo. Sua experiência expõe uma ferida aberta no cotidiano de milhões de brasileiros: a banalização da violência, a insegurança nas ruas e a sensação de impotência diante da criminalidade. Mesmo figuras públicas, protegidas por câmeras e holofotes, não escapam dessa realidade.
O texto “Pensamentos quase póstumos” vai além de um desabafo. É um grito de alerta, uma denúncia emocional e uma tentativa de provocar consciência social. Anos depois, sua mensagem continua atual — e necessária.