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Caso Heloysa: Padrasto diz que ‘mãe mandou matar a filha’ só porque ela t… Ver mais

Na madrugada de 23 de abril, Cuiabá foi sacudida por um dos crimes mais brutais de sua história recente. Após dias de buscas desesperadas, o corpo da adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de apenas 16 anos, foi encontrado sem vida, jogado no fundo de um poço.

O choque tomou conta da cidade. Em meio ao luto e à indignação, emergiu uma dolorosa constatação: para muitos jovens, o maior perigo espreita onde deveria haver proteção — dentro de casa.

Traição e Intolerância: A Descoberta que Abalou a Todos

As investigações se intensificaram após a suspeita de roubo de um veículo, no qual Heloysa teria sido vista. Com o suporte do sistema de vigilância Vigia Mais MT, a polícia avançou rapidamente e conseguiu localizar os principais suspeitos.

O que veio à tona, no entanto, superou qualquer expectativa de horror: o padrasto da jovem, Benedito Anunciação de Santana, não apenas confessou envolvimento, como também revelou um dado ainda mais perturbador — a mãe da adolescente, Suellen de Alencastro Arruda, teria sido a mandante do crime.

Segundo Benedito, Suellen nunca aceitou a orientação sexual da filha. Em seu depoimento, afirmou:
“Ela não aceitava que a filha gostasse de mulheres. Mandou eu resolver isso. Agora precisa ter coragem de assumir o que pediu.”

O relato revela não apenas a intolerância devastadora dentro do lar, mas também o rompimento cruel de um vínculo que deveria ser de amor incondicional.

O Fio do Horror: Como a Vida de Heloysa Foi Brutalmente Ceifada

À medida que os interrogatórios avançavam, detalhes ainda mais estarrecedores surgiam. Gustavo Benedito Junior, filho de Benedito, também foi preso e confessou sua participação no crime.

A crueldade ficou clara: Heloysa foi estrangulada com um cabo USB — uma morte marcada pelo desprezo à vida e à dignidade de uma jovem que tinha todo o futuro pela frente.
O simbolismo da brutalidade utilizada choca: um instrumento cotidiano transformado em arma de intolerância mortal.

Suellen, que inicialmente havia se apresentado como uma mãe desesperada pelo desaparecimento da filha, passou a ser formalmente investigada como coautora do homicídio.
O crime é agora tratado como homicídio qualificado, com agravantes relacionados a intolerância e motivação homofóbica.

Uma Tragédia que Escancara o Risco Silencioso para Jovens LGBTQIA+

O assassinato de Heloysa Maria não é apenas uma história de horror familiar; é um espelho incômodo para a sociedade brasileira.
Apesar de avanços na legislação e na promoção de direitos, muitos jovens LGBTQIA+ continuam sendo vítimas de rejeição, violência e até morte dentro de seus próprios lares.

A intolerância, mesmo quando silenciosa, mata.
Heloysa perdeu a vida por ser quem era — uma jovem que amava livremente, mas encontrou ódio onde deveria encontrar aceitação.

Essa tragédia lança luz sobre a urgente necessidade de políticas públicas efetivas que protejam não apenas os direitos, mas também a vida de jovens em situação de vulnerabilidade.
É essencial fortalecer canais de denúncia, promover acolhimento psicológico e educar para a diversidade e o respeito.


Reflexão Final: Justiça por Heloysa e o Fim do Silêncio Cúmplice

O caso de Heloysa nos convoca a uma reflexão profunda:
Quantos jovens ainda terão seus sonhos sufocados pelo preconceito? Quantas famílias precisarão entender que amor não se impõe condições?

Mais do que punir os culpados, é necessário um compromisso coletivo para romper o ciclo de intolerância que ainda faz vítimas invisíveis todos os dias.
A memória de Heloysa Maria deve ecoar como símbolo de resistência, de luta pela liberdade de ser e de amar sem medo.

Que sua tragédia sirva de alerta — e de impulso — para que nenhum outro jovem seja calado pela violência em sua própria casa.
Que a justiça seja feita, mas, acima de tudo, que a sociedade acorde para proteger os seus.

Heloysa vive na luta por respeito, amor e dignidade. E sua voz jamais será esquecida.

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