Crime sem explicação: Filho comove igreja com declaração emocionada e tira a vida da mãe horas depois

O bairro Bela Vista, em Itaituba, no sudoeste do Pará, amanheceu mergulhado em luto e perplexidade. Um crime brutal abalou a rotina pacata dos moradores e virou o centro das atenções na cidade: Marília de Sousa Mendes, de 45 anos, foi assassinada com oito golpes de faca pelo próprio filho, Igor de Sousa Mendes, de apenas 19 anos.
O que torna o caso ainda mais chocante é o contraste entre a cena do crime e o carinho público demonstrado por Igor dias antes. O crime ocorreu no domingo (13), dentro da casa da família, entre a 11ª e a 12ª Ruas, próximo a um conhecido ginásio esportivo da cidade.
A tragédia deixou não só a vizinhança em estado de choque, mas toda uma cidade buscando respostas. Como um jovem, descrito por amigos como calmo e dedicado, pôde cometer um ato tão violento contra a própria mãe?
Um domingo comum que virou um pesadelo: o que aconteceu dentro da casa da família Mendes?
O dia começou como qualquer outro. Igor participou de um batizado em uma igreja local pela manhã. Era um momento de espiritualidade e celebração, que em nada fazia prever a tragédia que estava por vir.
Horas depois, no entanto, algo mudou. Segundo relatos de vizinhos, mãe e filho iniciaram uma discussão acalorada. Pouco tempo depois, o silêncio foi interrompido por gritos e sons de luta. Em um possível surto psicótico, Igor atacou Marília com extrema violência, atingindo-a com oito facadas.
O desfecho foi rápido e trágico. Marília não resistiu aos ferimentos. Igor tentou fugir, mas foi localizado pela Polícia Militar pouco depois. Durante a abordagem, houve confronto, e os policiais dispararam contra o jovem, que foi socorrido e permanece sob custódia em uma unidade de saúde.
De amor a horror: o vídeo emocionante que agora choca pela ironia trágica
Poucos dias antes do crime, Igor protagonizou uma cena que, naquele momento, emocionou muitas pessoas. Em um culto religioso, ele tomou o microfone e, chorando, declarou publicamente seu amor por Marília. “Eu te amo, mãe… Nunca tinha dito isso antes”, disse ele com a voz embargada, diante de dezenas de pessoas.
As imagens do vídeo viralizaram nas redes sociais após o crime, mas com um novo e doloroso significado. Aquele gesto que parecia ser de reconciliação e carinho agora é visto como um prenúncio trágico de um colapso emocional.
A dor é ainda mais profunda para os que conheciam a família. Amigos relatam que a relação entre os dois era próxima. Igor era visto como um jovem quieto, respeitoso e muito ligado à mãe. O que poderia ter causado essa virada tão abrupta?
Drogas, transtorno mental ou surto momentâneo? A investigação tenta desvendar o motivo por trás da tragédia
A Polícia Civil já iniciou as investigações para entender o que motivou Igor a cometer um ato tão extremo. A principal hipótese considerada neste momento é a de que ele tenha sofrido um surto psicótico. Também se apura a possibilidade do uso de substâncias psicoativas, que podem ter alterado seu comportamento.
De acordo com especialistas, surtos psicóticos podem ocorrer de maneira súbita, mesmo em pessoas que nunca demonstraram sinais graves de distúrbios mentais. Em muitos casos, o primeiro episódio pode ser desencadeado por estresse, uso de drogas ou traumas emocionais.
A família Mendes, até então conhecida por sua discrição e harmonia, se tornou símbolo de uma dor que parece não ter explicação. “Ela era uma mulher incrível, amada por todos. É impossível entender o que aconteceu”, declarou uma vizinha, ainda abalada.
Uma cidade em luto e uma pergunta que ecoa: como prevenir novas tragédias?
O crime que tirou a vida de Marília de Sousa Mendes não foi apenas um ato isolado de violência doméstica. Foi um grito silencioso sobre a importância de olhar com mais atenção para a saúde mental, especialmente entre os jovens.
Enquanto Itaituba chora a perda de uma mulher querida e tenta entender o que levou um filho a agir com tamanha crueldade, cresce o debate sobre a necessidade de apoio psicológico, canais de acolhimento familiar e prevenção.
A tragédia escancarou a urgência de se falar abertamente sobre saúde mental sem tabus, de oferecer ajuda antes que o desespero se transforme em catástrofe.
Marília agora é lembrada com saudade, e Igor, com perplexidade. E o bairro Bela Vista, que sempre foi símbolo de tranquilidade, agora carrega as marcas de uma tragédia que jamais será esquecida.