De Milla à Vitória: a emocionante jornada de luta e superação de Netinho contra o câncer

O choque do diagnóstico: quando o palco dá lugar à incerteza
Netinho, o carismático cantor baiano que marcou gerações com sucessos como “Milla” e “Menina”, enfrentou em 2025 um dos capítulos mais difíceis de sua vida. Aos 51 anos, conhecido pela energia vibrante e sorriso contagiante, ele recebeu um diagnóstico que mudaria tudo: linfoma não Hodgkin, um tipo agressivo de câncer que atinge o sistema linfático.
A descoberta aconteceu em março, após semanas de fadiga intensa e inchaço nos linfonodos. Exames de rotina revelaram o inesperado, e de um dia para o outro, o artista que vivia cercado por luzes e aplausos se viu em uma sala de oncologia, ouvindo termos como “quimioterapia”, “biópsia” e “estadiamento”.
“Foi um soco no estômago”, contou o cantor em uma entrevista. “Mas decidi que não seria uma sentença. Seria uma batalha.”
Quimioterapia, fé e força: os dias de luta no Hospital São Rafael
O tratamento começou em abril, no Hospital São Rafael, em Salvador. Foram seis ciclos de quimioterapia, com intervalos de 21 dias entre cada sessão. A rotina era exaustiva: náuseas, queda de cabelo, imunidade baixa e longos períodos de internação. Mesmo assim, Netinho se recusou a se esconder.
Pelas redes sociais, compartilhava vídeos que inspiravam milhões de seguidores. Em alguns, aparecia sorridente, de cabeça raspada e cheio de esperança; em outros, mostrava a realidade nua e crua da doença.
“Não vou mentir, tem dias que o corpo pede pra desistir, mas a cabeça não deixa”, escreveu em maio.
A família se revezava ao seu lado no hospital, e os fãs lotavam as transmissões ao vivo com mensagens de fé e carinho. Médicos, nutricionistas e psicólogos o acompanhavam de perto. Cada sessão vencida era um novo passo rumo à vitória.
A virada inesperada: o exame que mudou tudo
Em junho, veio a notícia que todos esperavam. O exame PET/CT mostrou nenhum sinal de atividade da doença. Netinho chorou ao receber o resultado, abraçado à oncologista que o acompanhava desde o início.
“É como se tivessem tirado um elefante das costas”, relatou emocionado ao Fantástico.
Embora o protocolo médico ainda exigisse duas sessões adicionais para consolidar a remissão, o cantor já se permitia sonhar. Cada gota de soro era celebrada com entusiasmo e fé. “+1 round vencido”, escrevia nas redes, junto de fotos no hospital.
A batalha ainda não havia terminado, mas o pior havia ficado para trás.
Retorno aos palcos: a força da música como cura emocional
Em agosto, Netinho deu um passo simbólico: voltou aos palcos em um show beneficente em Salvador. O espetáculo teve apenas 40 minutos, e a voz ainda carregava a rouquidão deixada pela quimioterapia. Mesmo assim, o público cantou cada refrão por ele.
Foi o início de um novo ciclo. Em setembro, novos exames confirmaram remissão completa. Em outubro, ele retomou a agenda de eventos, abrindo a nova fase da carreira em São Paulo.
“O câncer me ensinou que a vida é agora, não amanhã”, declarou.
Além de cantar, passou a usar o palco para conscientizar sobre o câncer. Incluiu em todos os shows um minuto de silêncio em homenagem às vítimas e destinou parte dos cachês a ONGs de apoio a pacientes oncológicos.
Um novo Netinho: o homem por trás do artista
Hoje, Netinho continua sob acompanhamento médico trimestral, realizando tomografias e exames de sangue regulares. A antiga cabeleira deu lugar a fios ralos, que ele exibe com orgulho. As cicatrizes, antes motivo de dor, tornaram-se símbolos de resistência.
Em novembro, ele lançou a música “Renascimento”, um tributo à sua jornada e à força de quem enfrenta o câncer. Toda a renda da canção é destinada ao tratamento de crianças com a doença.
“Eu não venci o câncer sozinho. Tive médicos, família, fãs e uma força maior que não sei explicar”, afirmou com gratidão.
A canção tornou-se um hino de esperança e marcou o início de uma nova fase artística, mais espiritual e emocional.
O futuro: da superação à inspiração nacional
Aos 52 anos, o cantor baiano não pensa em desacelerar. Já planeja uma turnê nacional em 2026 e sonha em transformar sua história em documentário, para inspirar outros pacientes a não desistirem diante do medo.
“Quero que as pessoas vejam que o medo é normal, mas parar não é opção”, afirmou.
Em cada show, ele encerra com o mesmo ritual: levanta os braços e grita com toda a força dos pulmões —
“Eu tô vivo!” — e a multidão responde em coro, em uma celebração emocionante da vida.
Mais do que um cantor que marcou a música brasileira, Netinho se tornou símbolo de fé, resiliência e amor pela vida. Sua trajetória prova que, mesmo nas fases mais sombrias, a coragem e a ciência podem caminhar juntas para escrever histórias de renascimento.
Conclusão:
A jornada de Netinho é uma lição viva de superação. O artista que um dia encantou multidões com hits solares hoje emociona o país com sua força e serenidade. De paciente a porta-voz da esperança, ele mostra que viver — com propósito, gratidão e coragem — é o verdadeiro espetáculo.



