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Garoto que matou a mãe revela motivo: “Ela me ab…Ver mais

Na noite de quinta-feira, 25 de setembro, um crime brutal abalou profundamente a zona sul de São Paulo. No bairro Balneário São José, Caline Arruda dos Santos, de 37 anos, foi assassinada com um golpe de faca desferido pelo próprio filho, um menino de apenas nove anos.

A violência inesperada, somada à frieza do relato da criança, espalhou perplexidade pelo país e levantou debates urgentes sobre saúde mental infantil, acompanhamento familiar e responsabilidade social diante de sinais de alerta.


O momento do crime: um golpe certeiro e fatal

Segundo relatos, o menino estava na casa do ex-padrasto, Juracir, quando Caline chegou para buscá-lo. Em um instante de descuido, ele pegou uma faca na cozinha, escondeu-a entre as roupas e, de forma inesperada, atacou a mãe.

O golpe atingiu diretamente o pescoço, sendo imediato e fatal. Não houve tempo de reação.

Uma vizinha, prima do ex-padrasto, ouviu os gritos desesperados e correu para ajudar. Em entrevista, contou que por volta das 21h30 ouviu Juracir clamar:

“Olha a Caline ali caída, ele pegou a faca e deu uma facada nela.”

Enquanto o ex-padrasto corria para levar a vítima ao hospital, a vizinha ficou com a criança — e foi nesse momento que testemunhou um comportamento que deixou ainda mais marcas na memória da comunidade.


A frieza da criança: perguntas que gelaram o coração da vizinha

A vizinha que acolheu o menino após o crime relatou que tentou acalmá-lo e levá-lo para dormir. No entanto, o que ouviu em seguida a deixou atônita:

“Coloquei ele para dormir e ele me perguntou: ‘Tia, deu tempo de salvar a Caline?’. Eu disse que não. Ele ficou em silêncio e comentou que estava com dor de dente, como se fosse algo do cotidiano.”

A aparente ausência de remorso chamou atenção. Questionado se tinha consciência da gravidade do que havia feito, ele respondeu de forma seca e direta:

“Sim, eu furei minha mãe.”

Quando a vizinha perguntou se ele tinha medo da morte da mãe, o menino apenas balançou a cabeça em negativa. Sobre os motivos, afirmou que havia agido por raiva, porque a mãe o obrigara a sair na chuva.

Para ele, esse motivo seria suficiente para justificar a agressão — sem percepção clara das consequências irreversíveis de sua ação.


O relato do ex-padrasto: “Foi tudo muito rápido”

Juracir, o ex-padrasto, também confirmou a dinâmica dos acontecimentos. Segundo ele, o menino reagiu assim que Caline chegou:

“Ele pegou ela pelo braço e, de repente, saiu com uma faca grande da cozinha. Deu um golpe só e ela já caiu. Eu ainda tinha sugerido que deixasse o menino dormir aqui, para conversarem no dia seguinte, mas não deu tempo.”

O depoimento evidencia a imprevisibilidade e rapidez do ataque, tornando impossível qualquer tentativa de intervenção.


Questões que ecoam: infância, violência e saúde mental

O caso levanta reflexões dolorosas e complexas: como uma criança em idade escolar pode cometer um crime tão brutal contra a própria mãe?

Especialistas em comportamento infantil e saúde mental apontam que sinais de agressividade, hostilidade ou distúrbios emocionais precisam ser observados de perto. Muitas vezes, gestos de raiva e atitudes de violência são subestimados, mas podem ser indícios de problemas emocionais sérios que exigem acompanhamento profissional.

Além disso, o episódio expõe a fragilidade de muitos núcleos familiares, onde a falta de diálogo, orientação psicológica e apoio social cria um ambiente de risco. O papel de escolas, conselhos tutelares e assistentes sociais torna-se ainda mais urgente em situações nas quais há histórico de conflito ou instabilidade no lar.

A ausência de mecanismos de prevenção e acolhimento pode transformar sinais de alerta em tragédias como a que vitimou Caline.


A perplexidade da comunidade: choque e medo no bairro

A repercussão ultrapassou os limites do Balneário São José. Os moradores do bairro ainda tentam entender como um menino de apenas nove anos pôde cometer um ato tão extremo por um motivo aparentemente banal.

Para a comunidade, o crime deixou marcas de medo, insegurança e impotência. A ideia de que uma criança, teoricamente em fase de aprendizado e socialização, foi capaz de tirar a vida da própria mãe, desestabilizou todos à volta.

No lugar de respostas, ficaram as perguntas:

  • O que poderia ter evitado esse desfecho?
  • Houve sinais que passaram despercebidos?
  • Qual deve ser a forma adequada de lidar com crianças que demonstram comportamentos agressivos?

Lições e reflexões: como evitar novas tragédias

Entre a dor da perda e o choque da brutalidade, a sociedade é chamada a refletir sobre o equilíbrio entre disciplina, diálogo e acompanhamento psicológico.

Especialistas defendem que crianças que apresentam comportamentos de risco precisam de atenção imediata, e não apenas medidas disciplinares superficiais. O acompanhamento multidisciplinar — envolvendo família, escola e serviços de saúde — pode evitar desfechos irreparáveis.

Mais do que punir, é necessário compreender e intervir de forma preventiva. O fortalecimento de programas de saúde mental infantil, a capacitação de professores para identificar sinais de alerta e o acesso a apoio social são medidas fundamentais.

A tragédia de Caline expõe, de forma dolorosa, que ignorar pequenos sinais pode ter consequências devastadoras. O futuro exige uma sociedade mais atenta, empática e preparada para lidar com os desafios emocionais das novas gerações.


Conclusão: O assassinato de Caline Arruda dos Santos, pelas mãos do próprio filho, não é apenas um caso policial — é um alerta urgente para o Brasil. Ele escancara as falhas no cuidado com a saúde mental infantil e a necessidade de repensar o modo como famílias, escolas e instituições lidam com crianças em conflito.

Enquanto o bairro tenta se recuperar do trauma, a lição que fica é clara: a prevenção e o acompanhamento são as únicas ferramentas capazes de impedir que tragédias como essa se repitam.

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