Coube à tia de Juliana a menina do s0c0 no elevador, dar triste notícia ao Br… Ver mais

Um rosto marcado pela violência e pela espera
A cirurgia de reconstrução facial de Juliana Garcia, de 35 anos, marcada para esta terça-feira (29), precisou ser adiada devido a um grave edema no rosto. A jovem ficou conhecida nacionalmente após sofrer uma das agressões mais brutais registradas no Brasil nos últimos anos, quando recebeu 61 socos do ex-companheiro, o ex-jogador de basquete Igor Cabral, de 29 anos.
Segundo familiares, Juliana segue em recuperação em casa, acompanhada de perto pela equipe médica, que considerou arriscado realizar o procedimento enquanto o inchaço persiste. Uma nova avaliação está prevista para sábado (2 de agosto), quando poderá ser definido o novo cronograma da cirurgia que irá reparar as múltiplas fraturas faciais.
A tia da vítima, Jaqueline Garcia, expressou dor e indignação ao falar com a imprensa:
“Eu não consigo chamar esse homem pelo nome. Para mim, ele é um monstro.”
O desabafo de Jaqueline ecoa o sentimento de revolta e solidariedade que tomou conta do país desde que o crime chocou a opinião pública.
Imagens de terror: 61 socos em um elevador
O ataque ocorreu no último dia 21, dentro do elevador de um condomínio em Natal (RN). Câmeras de segurança flagraram a violência extrema de Igor Cabral contra Juliana, que não teve qualquer chance de defesa.
Os vídeos, divulgados em redes sociais e telejornais, mostram uma sequência aterradora de agressões que resultaram em:
- Fraturas nas órbitas dos olhos
- Nariz quebrado
- Maxilar e mandíbula fraturados
- Hemorragias e hematomas graves
Profissionais de saúde relataram choque com a gravidade das lesões, e especialistas em psicologia alertam para os traumas emocionais que podem superar as marcas físicas.
Prisão de Igor Cabral e acusação de tentativa de feminicídio
Logo após o crime, Igor Cabral foi preso em flagrante por policiais militares e teve a prisão convertida em preventiva. Ele responde por tentativa de feminicídio, crime previsto na legislação brasileira que ainda enfrenta altos índices de subnotificação.
Relatos de familiares indicam que Juliana já vivia em clima de medo e tensão com o ex-companheiro, mas nunca registrou boletim de ocorrência — uma realidade comum entre vítimas de violência doméstica que sofrem com medo, vergonha ou falta de apoio institucional.
O Brasil e o retrato cruel da violência de gênero
O caso de Juliana não é isolado. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é vítima de feminicídio a cada 7 horas no Brasil. Em 2023, mais de 1.400 mulheres foram assassinadas simplesmente por serem mulheres.
Esses números expõem uma ferida social profunda, marcada por:
- Cultura de impunidade
- Machismo estrutural
- Fragilidade de políticas de proteção
A agressão contra Juliana, registrada em vídeo, reacende a necessidade de ações urgentes e efetivas para proteger vítimas e evitar que novas tragédias se repitam.
Redes sociais e movimentos sociais pedem justiça
A brutalidade do caso mobilizou movimentos feministas, organizações de direitos humanos e milhares de brasileiros nas redes sociais.
A hashtag #JustiçaPorJuliana alcançou os trending topics do X (antigo Twitter), e celebridades, jornalistas e parlamentares manifestaram apoio à vítima e cobraram rigor da Justiça.
Essa pressão social evidencia que a violência doméstica não pode mais ser naturalizada. Cada caso exposto precisa se tornar um ponto de inflexão para que a sociedade e as autoridades rompam o ciclo de silêncio e impunidade.
A reconstrução que vai além do rosto
Enquanto aguarda a nova data da cirurgia, Juliana enfrenta o desafio de reconstruir não apenas o rosto, mas a própria vida. O tratamento é longo, requer cuidados médicos, acompanhamento psicológico e apoio familiar.
O país acompanha com expectativa o desfecho dessa história, que não pode se tornar apenas mais uma estatística esquecida.
Juliana sobreviveu, mas muitas outras mulheres não terão a mesma chance.
“Eu não consigo chamar esse homem pelo nome. Para mim, ele é um monstro.” — Jaqueline Garcia
Este caso precisa gerar mudanças reais, fortalecendo políticas de prevenção, proteção e punição para que nenhuma mulher precise enfrentar sozinha o terror que Juliana enfrentou.