‘Não sei como vou continuar vivendo’: tio se emociona ao falar sobre morte de menino achado em rio no Paraná

Uma cidade em suspense: os dias de angústia após o desaparecimento de Arthur
Tibagi, uma pacata cidade do interior do Paraná, viveu dias de pura aflição e esperança desde o desaparecimento do pequeno Arthur da Rosa Carneiro, de apenas dois anos. O menino havia sumido na tarde de quinta-feira, 9 de outubro, enquanto estava em casa com a família. Em questão de horas, a tranquilidade da cidade se transformou em desespero.
Durante seis dias, o caso mobilizou toda a região. Bombeiros, policiais, moradores e voluntários se uniram em uma corrente de solidariedade e fé. A cada novo dia, surgia a expectativa de boas notícias — e a esperança de que o pequeno fosse encontrado com vida. Mas, na manhã de terça-feira, 14 de outubro, o desfecho foi trágico e devastador: o corpo de Arthur foi localizado às margens do Rio Tibagi, encerrando uma das buscas mais intensas e emocionantes que a cidade já viveu.
A descoberta que partiu corações: o corpo encontrado às margens do rio
Segundo a Polícia Militar, o corpo foi encontrado por um pescador em um ponto do Rio Tibagi, a cerca de oitenta metros de onde havia sido localizada a mamadeira do menino — pista que manteve viva a esperança da família nos primeiros dias de busca.
No entanto, a confirmação do achado trouxe a dor que todos temiam. De acordo com os policiais que atenderam à ocorrência, o estado do corpo impediu uma avaliação detalhada no local. A perícia foi acionada imediatamente e o corpo encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) de Ponta Grossa, onde uma necropsia apontará as causas exatas da morte.
Até o momento, as autoridades não confirmaram se o menino apresentava sinais de violência. A expectativa agora recai sobre o laudo pericial, que deve esclarecer se o caso foi um acidente ou se há suspeita de crime. A cidade inteira aguarda o resultado com o coração apertado, buscando respostas para uma dor sem nome.
Dor e comoção: o desabafo emocionado da família de Arthur
A família de Arthur vive um luto indescritível. Em entrevista à RPC, o tio do menino, Lucas Henrique da Silva Carneiro, não conteve as lágrimas ao relatar o sofrimento vivido desde o desaparecimento.
“Foi uma coisa horrível, a pior coisa do mundo. Não sei como vou continuar vivendo com isso”,
desabafou o tio, profundamente abalado.
As palavras de Lucas traduziram o sentimento coletivo de Tibagi. A dor da família passou a ser a dor de toda uma cidade, que acompanhou cada etapa das buscas com orações, mensagens de apoio e gestos de solidariedade. Nas redes sociais, o nome de Arthur tornou-se símbolo de esperança e compaixão, unindo pessoas que jamais o conheceram, mas que se sentiram tocadas pela tragédia.
Uma força-tarefa movida pela fé e pelo amor
Desde o primeiro dia do desaparecimento, equipes do Corpo de Bombeiros trabalharam incansavelmente, utilizando drones, cães farejadores e embarcações para vasculhar o leito do rio e as áreas de mata próximas à casa da família.
Enquanto isso, os moradores organizaram mutirões e vigílias noturnas, percorrendo trilhas e margens em busca de qualquer vestígio do menino. A mobilização foi um retrato da união e da empatia de uma comunidade inteira, que se recusava a desistir.
As redes sociais também se tornaram um ponto de encontro para manifestações de fé. Correntes de oração se espalharam por toda a região e chegaram até cidades vizinhas, como Castro, Telêmaco Borba e Ponta Grossa. Em cada mensagem, havia o mesmo desejo: “que Arthur volte para casa”.
Infelizmente, o desfecho não foi o esperado — mas a forma como a comunidade se uniu será lembrada para sempre como um exemplo de solidariedade e amor ao próximo.
Mistério ainda sem resposta: o que pode ter acontecido com Arthur
O delegado Guilherme Barbosa de Lima, responsável pela investigação, afirmou que todas as hipóteses seguem abertas. A principal linha de apuração busca entender se Arthur saiu de casa sozinho e acabou se afogando acidentalmente, ou se há indícios de ação criminosa.
“A prioridade neste momento é aguardar o resultado da perícia e ouvir as testemunhas para traçar uma linha do tempo dos acontecimentos”,
explicou o delegado, destacando que a polícia trabalha com cautela e sem descartar nenhuma possibilidade.
A complexidade do caso exige cuidado e precisão. Qualquer detalhe pode ser fundamental para compreender como um menino de apenas dois anos desapareceu sem deixar rastros por quase uma semana. Enquanto isso, o silêncio e a espera tornam o luto ainda mais difícil para a família e a comunidade.
Uma cidade de luto: homenagens, fé e o legado de um anjo
Com pouco mais de 20 mil habitantes, Tibagi é conhecida por sua tranquilidade e forte senso de comunidade. Mas desde a tragédia, a cidade foi tomada por um luto coletivo.
Em frente à casa da família, flores, brinquedos e velas formam um memorial improvisado. Crianças, vizinhos e amigos deixam bilhetes com mensagens de amor e saudade. Em igrejas e praças, vigílias e missas são realizadas para homenagear o pequeno Arthur.
A imagem do menino sorridente, que circula nas redes, tornou-se símbolo da fragilidade da vida e da necessidade de cuidar das crianças com atenção redobrada, principalmente em áreas próximas a rios e matas. O caso também reacendeu discussões sobre segurança infantil e prevenção de acidentes domésticos, temas que ganharam novo peso após a tragédia.
Para a família Rosa Carneiro, a dor é imensurável. Em poucos dias, viveram uma montanha-russa de sentimentos — da esperança à devastação. Como disse o tio Lucas, “é uma dor que o tempo talvez alivie, mas nunca apagará”.
Enquanto a Polícia Civil segue com as investigações, Tibagi tenta lentamente voltar à rotina. Mas o vazio deixado por Arthur continuará ecoando por muito tempo. Ele se tornou o símbolo da união de um povo e da força de uma comunidade que, diante da dor, mostrou que o amor e a empatia ainda são capazes de transformar o impossível.
Conclusão:
O caso do pequeno Arthur da Rosa Carneiro não é apenas uma tragédia local — é um lembrete pungente da importância de vigilância, solidariedade e humanidade. A dor de Tibagi é compartilhada por todo o Paraná e por quem acredita que nenhuma vida, por menor que seja, deve se perder no silêncio da incerteza. Que a memória de Arthur inspire proteção, amor e cuidado para com todas as crianças.



