Luto na Globo: Adeus ao querido ator, o inesquecível Pedrinho do “Sítio do Picapau Amarelo”
🌟 Um adeus que ecoa na história da TV brasileira
O Brasil amanheceu mais triste com a notícia da morte de David José Lessa Mattos, ator, escritor e historiador que marcou gerações. Conhecido por dar vida ao inesquecível Pedrinho, da primeira versão do clássico “Sítio do Picapau Amarelo”, exibido pela TV Tupi, David faleceu aos 83 anos, em São Paulo, após lutar desde 2017 contra uma doença pulmonar progressiva.
A notícia, confirmada pela assessoria de imprensa da família, deixou o meio artístico e acadêmico em profundo luto.
O velório, realizado na quarta-feira (7), no bairro Bela Vista, região central da capital paulista, reuniu amigos, familiares e admiradores que fizeram questão de se despedir do artista. Entre os muitos tributos, um em especial emocionou os fãs: o do ator Lima Duarte, que publicou nas redes sociais —
“Um artista, pesquisador e amigo que deixou um legado imenso para a nossa cultura!”
A frase resume o sentimento de um país inteiro que cresceu encantado com o sorriso curioso e o olhar aventureiro do menino Pedrinho — e que agora se despede de um verdadeiro símbolo da televisão brasileira.
🎭 O menino que nasceu para o palco
Nascido em São Paulo, em 1942, David Mattos demonstrou talento artístico desde muito jovem. Aos 12 anos, ingressou no Teatro Escola de São Paulo (TESP), um dos mais importantes centros de formação teatral da época. Ali, aprendeu a transformar a curiosidade em arte e o talento em expressão.
Sua estreia na televisão aconteceu quando o meio ainda engatinhava no Brasil. Foi em 1952, com apenas 10 anos, que David conquistou o papel que mudaria sua trajetória: o de Pedrinho, o destemido neto de Dona Benta, personagem criado por Monteiro Lobato.
O sucesso foi imediato — e aquele garoto de olhos vivos se tornou um dos rostos mais queridos da TV Tupi.
📺 “Sítio do Picapau Amarelo”: o sonho que virou legado
O “Sítio do Picapau Amarelo”, na versão exibida pela TV Tupi, foi um marco na história da televisão brasileira. Produzido em uma era de poucos recursos técnicos, o programa conquistou o público pela criatividade, imaginação e pela força dos personagens.
David Mattos brilhou ao lado de um elenco memorável, interpretando um Pedrinho cheio de energia, coragem e alma aventureira — o reflexo perfeito do espírito infantil que acredita no impossível.
Sua atuação não apenas encantou o público da época, mas também consolidou o Sítio como uma das produções mais queridas do país. Mesmo após o fim da primeira versão, o nome de David continuou associado àquele universo mágico de Emília, Visconde, Tia Nastácia e Dona Benta.
Ele se tornou, para sempre, o Pedrinho do Brasil — um símbolo de uma geração que cresceu sonhando com as histórias de Lobato.
📚 Do palco à universidade: o artista que virou historiador
Longe das câmeras, David seguiu um caminho de dedicação profunda ao conhecimento. Formou-se em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP) e concluiu doutorado em História Social na mesma instituição.
Seu interesse pela cultura popular e pelas origens do teatro brasileiro o levou a se tornar um dos principais pesquisadores do tema no país.
Ao longo dos anos, publicou livros e artigos que contribuíram para preservar a memória artística do Brasil — um trabalho reconhecido por acadêmicos e artistas.
Sua visão de mundo era clara: a arte e a educação caminham juntas. E foi com essa filosofia que ele inspirou alunos, colegas e estudiosos a enxergar o teatro e a televisão como ferramentas de transformação social.
🎬 O militante da arte e da cultura
Nos palcos, David teve uma trajetória igualmente brilhante. Foi integrante do Teatro de Arena de São Paulo, um dos movimentos mais revolucionários da dramaturgia nacional nos anos 1950 e 1960.
Lá, dividiu o palco com nomes que se tornariam lendas, como Gianfrancesco Guarnieri e Oduvaldo Vianna Filho (Vianinha).
Mais do que atuar, David defendia uma arte engajada, que provocasse reflexão e questionamento.
Ele acreditava que o teatro tinha o poder de mudar mentalidades e recontar a história do povo brasileiro.
Essa postura combativa e apaixonada acompanhou o artista até o fim da vida. Para David, o artista não era apenas um intérprete — era também um educador e guardião da memória.
Por isso, cada peça, cada palestra e cada texto que produziu refletia sua crença inabalável na força transformadora da cultura.
💫 Um legado que jamais será esquecido
Em mais de sete décadas dedicadas à arte e ao conhecimento, David José Lessa Mattos se consolidou como uma figura única: um homem que uniu o teatro, a televisão e a história em uma mesma trajetória.
Sua morte representa uma perda profunda — não apenas de um ator talentoso, mas de um pensador que viveu pela cultura brasileira.
Nas redes sociais, fãs e colegas compartilharam lembranças, vídeos e fotos antigas do eterno Pedrinho. Muitos destacaram como sua atuação despertou neles o amor pela leitura, pela imaginação e pela arte.
Mesmo afastado dos holofotes nos últimos anos, David continuava sendo referência para novas gerações de artistas, professores e pesquisadores.
Seu nome está eternizado nas páginas da cultura nacional.
E, tal como o menino que viveu aventuras inesquecíveis no Sítio do Picapau Amarelo, David segue vivo na memória do público — inspirando corações, despertando sonhos e reafirmando o poder da arte em transformar o mundo.
🕊️ “Um artista, pesquisador e amigo que deixou um legado imenso para a nossa cultura.” — Lima Duarte
O Brasil se despede, mas o legado de David José Lessa Mattos continuará a ecoar — nas salas de aula, nos palcos, nas telas e no coração de quem um dia acreditou que sonhar é o primeiro passo para criar.
