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Quem são os 4 homens desaparecidos e carro enterrado? Um dele é filh…Ver mais

O desaparecimento de quatro homens em Icaraíma, no noroeste do Paraná, transformou-se em um dos casos criminais mais enigmáticos e dolorosos do estado. No dia 5 de agosto, Robishley Hirnani de Oliveira, 53 anos, Rafael Juliano Marascalchi, 43, Diego Henrique Afonso, 39, e o produtor rural Alencar Gonçalves de Souza, 36, desapareceram após uma viagem para cobrar uma dívida milionária.

O grupo havia partido de São José do Rio Preto (SP) com destino ao interior paranaense para resolver uma pendência de R$ 255 mil referente à venda de um imóvel rural. Desde então, nenhuma notícia concreta sobre o paradeiro dos homens surgiu — até a surpreendente descoberta do carro em que estavam.

A emboscada que pode ter mudado tudo

Segundo a investigação policial, Alencar havia vendido sua propriedade por R$ 255 mil, mas o comprador não honrou o pagamento de dez notas promissórias de R$ 25,5 mil cada. Para tentar recuperar o valor, ele pediu ajuda aos três amigos, que atuavam há mais de uma década em cobranças semelhantes.

Eles chegaram a Icaraíma em 4 de agosto e, no dia seguinte, foram até a propriedade localizada no distrito de Vila Rica. Ali, acompanhados de Alencar, teriam tentado negociar com o devedor. Foi justamente nesse momento que os investigadores acreditam ter ocorrido uma emboscada violenta.

Desde então, o silêncio sobre o paradeiro dos quatro aumentou ainda mais a angústia das famílias.

A descoberta do veículo e os sinais de violência

Após mais de um mês de buscas intensas, um detalhe mudou o rumo das investigações. Uma carta anônima indicou à polícia o local onde o veículo dos desaparecidos estava escondido. A informação levou os agentes a uma área de mata fechada, onde encontraram uma picape Fiat Toro, camuflada em um bunker subterrâneo.

O que mais chamou a atenção foram os sinais de violência. Marcas de tiros e vestígios de sangue foram identificados no interior do veículo. Apesar disso, os corpos ainda não foram localizados, mantendo a investigação envolta em mistério e aumentando o sofrimento dos familiares.

Dor, esperança e luto antecipado das famílias

A ausência de respostas concretas mergulhou esposas, filhos e familiares em uma rotina de angústia.

Fabrícia Pellini, esposa de Diego, relatou ao UOL que o último contato com o marido ocorreu na manhã do desaparecimento. Ele lhe disse que faria de tudo para evitar conflitos:

“Ele afirmou que faria de tudo para resolver a situação pacificamente.”

À tarde, porém, ela não conseguiu mais falar com ele. Fabrícia também revelou que Diego já havia comentado que um dos homens envolvidos na negociação costumava andar armado. O casal estava junto há 13 anos e não tinha filhos.

Meire Souza, esposa de Rafael, vive uma realidade difícil: a esperança da volta do marido se mistura à dor constante. Ela descreve a situação como uma “tortura diária”, intensificada pela notícia da localização do carro.

Já Denise Cristina Pereira, casada há dez anos com Robishley, confessou não acreditar mais que o marido esteja vivo. Ele deixou dois filhos, e a última mensagem trocada entre o casal refletia a apreensão com a viagem.

No caso de Alencar, descrito por familiares como um homem pacato e trabalhador do campo, o choque foi ainda maior. Muitos afirmaram desconhecer qualquer envolvimento dele em cobranças de dívidas. Foram justamente seus parentes que registraram o boletim de ocorrência quando perderam contato com ele.

Suspeitos, prisões decretadas e a fuga

As investigações da Polícia Civil apontam como principais suspeitos do crime os fazendeiros Antonio Buscariollo, 66 anos, e Paulo Ricardo Buscariollo, 22 anos. Ambos tiveram prisão preventiva decretada, mas permanecem foragidos até o momento.

A fuga dos suspeitos reforça a hipótese de que o desaparecimento não se trata de um simples desentendimento, mas sim de uma ação planejada e violenta, que deixou para trás rastros de sangue e perguntas sem respostas.

A busca por justiça e a união das famílias

Unidas pela dor, as famílias das vítimas decidiram agir por conta própria para tentar acelerar as investigações. Elas anunciaram uma recompensa de R$ 50 mil para quem fornecer informações que levem ao paradeiro dos desaparecidos, além de um valor igual para quem indicar os suspeitos.

Entre a esperança e o luto antecipado, esposas, filhos e parentes se mobilizam diariamente em busca de justiça. O caso, que começou como uma cobrança de dívida, hoje é um enredo de mistério e sofrimento que desafia as autoridades e emociona todo o Brasil.

Enquanto os suspeitos continuam soltos e os corpos não são encontrados, o vazio deixado pelo desaparecimento permanece. Para as famílias, cada dia é uma espera angustiante, marcada pela incerteza e pelo clamor por respostas.

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