M0rre o advogado Marcelo Sartori, filho do ex-presidente do TJSP, após cair de…Ver mais

O Brasil amanheceu mais triste nesta sexta-feira, 29 de agosto. O advogado Marcelo Levy Garisio Sartori, de 46 anos, perdeu a vida após um acidente durante um salto de paraquedas no Centro Nacional de Paraquedismo de Boituva, localizado no interior de São Paulo. Reconhecido como um dos polos mais tradicionais do esporte no país, o local voltou a ser palco de uma tragédia que deixou em luto não apenas a comunidade do paraquedismo, mas também o meio jurídico.
Marcelo era filho do desembargador aposentado Ivan Sartori, ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, e atuava como sócio-administrador no escritório Levy Sartori Advogados Associados. A notícia de sua morte provocou grande comoção entre colegas de profissão, amigos e familiares, revelando a dimensão de sua trajetória de vida.
Uma trajetória marcada pela dedicação à advocacia e ao esporte
Reconhecido no meio jurídico por sua competência e seriedade, Marcelo conciliava a advocacia com uma vida repleta de paixões. Em suas redes sociais, ele se apresentava como:
“advogado, paraquedista, churrasqueiro, guitar player, bodybuilder, marido da Deinha e pai da Luiza”.
Essa descrição simples, mas carregada de autenticidade, traduzia bem o espírito multifacetado de alguém que valorizava tanto a profissão quanto os momentos de lazer e a convivência familiar.
Sua morte não representa apenas uma perda para a advocacia paulista, mas também para todos aqueles que se inspiravam em sua energia e entusiasmo pela vida.
Comoção e homenagens após a tragédia
A confirmação do falecimento mobilizou instituições e personalidades. Em nota oficial, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo (OAB-SP) manifestou solidariedade:
“Neste momento de dor, a diretoria da Ordem paulista e toda a comunidade manifestam suas sinceras condolências à família, amigos e colegas”, dizia o comunicado.
O velório de Marcelo foi marcado para o sábado, 30 de agosto, no Funeral Velar Morumbi, em São Paulo, reunindo familiares, amigos e colegas de profissão para a despedida.
Entre juristas, a dor foi expressiva. Muitos lembraram não apenas o profissional competente, mas também o ser humano apaixonado pela vida e dedicado à família.
Boituva: o coração do paraquedismo brasileiro sob questionamentos
O acidente reacendeu debates sobre segurança em Boituva, considerado o maior polo do paraquedismo no Brasil. Todos os anos, milhares de saltos são realizados na cidade, envolvendo tanto atletas experientes quanto iniciantes em saltos duplos. Apesar de a prática contar com infraestrutura consolidada e índices de sucesso elevados, cada fatalidade gera repercussão nacional.
Até o momento, não há informações oficiais sobre as circunstâncias que levaram à queda de Marcelo. As investigações deverão analisar possíveis falhas nos equipamentos, condições climáticas e procedimentos técnicos.
Esse não foi, porém, um episódio isolado. No início de agosto, outro acidente fatal já havia sido registrado no mesmo local.
Outro acidente recente: o caso de Thomas Storino Britis
No dia 2 de agosto, apenas algumas semanas antes da tragédia de Marcelo, o empresário mineiro Thomas Storino Britis, de 44 anos, também perdeu a vida durante um salto em Boituva. CEO da empresa Voluy, especializada em distribuição de fibra ótica, ele era reconhecido no meio empresarial por seu espírito empreendedor.
A morte de Thomas já havia causado grande impacto em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, onde sua empresa possuía atuação. A sequência de dois acidentes fatais em menos de um mês intensificou os questionamentos sobre protocolos de segurança e fiscalização no centro.
Reflexão necessária: esporte de risco e responsabilidade
O paraquedismo, por sua própria natureza, envolve riscos. Ainda que acidentes sejam considerados raros diante do grande número de saltos realizados anualmente, cada tragédia expõe a vulnerabilidade da prática e a necessidade de aperfeiçoamento constante de normas e procedimentos de segurança.
Especialistas apontam que, para além das investigações técnicas, é essencial que operadores do setor e autoridades reforcem a cultura de prevenção, garantindo a confiabilidade de equipamentos e condições adequadas para saltos.
A morte de Marcelo, assim como a de Thomas, reforça o alerta: a busca por adrenalina e liberdade precisa caminhar lado a lado com a responsabilidade.
O legado de Marcelo Levy Garisio Sartori
Mais do que advogado, Marcelo será lembrado como pai, marido, amigo e apaixonado pelo esporte. Sua trajetória deixa um exemplo de intensidade e dedicação, seja nos tribunais, no convívio familiar ou nos céus de Boituva.
Sua partida precoce deixa um vazio profundo em todos que o conheceram, mas também um legado de autenticidade e paixão pela vida.
Como escreveu um de seus colegas em homenagem nas redes sociais:
“Marcelo partiu fazendo o que amava. Seu sorriso ficará marcado em nossa memória.”



