Ex-marido de Preta Gil que se casou com a irmã da cantora, deixa recado e acaba sendo… Ver mais
Homenagem comovente de João Paulo Demasi, ex-marido de Bela Gil e ex-namorado de Preta, revela os laços profundos e afetivos que marcaram a vida da artista até seus últimos dias.

A morte de Preta Gil, aos 50 anos, neste domingo (20), causou uma profunda comoção em todo o país. Uma artista completa, filha de uma das maiores lendas da música brasileira, que soube conquistar o próprio espaço com autenticidade, coragem e amor pela vida. Mas entre todas as homenagens que inundaram as redes sociais nas últimas horas, uma em especial se destacou — não apenas pela emoção, mas pela história de afeto que ela carrega.
O empresário João Paulo Demasi, ex-namorado de Preta e ex-marido de sua irmã, Bela Gil, emocionou milhares de seguidores ao publicar uma foto antiga ao lado da cantora com a seguinte mensagem:
“Te amo há tanto tempo. Obrigado por deixar eu participar por mais de 20 anos da sua vida e da sua família como amigo, como namorado, como pai, como tio-avô. Preta presente.”
Com poucas palavras, João Paulo revelou o entrelaçamento único de sua história com a da artista — uma rede afetiva que transcendeu o tempo, os rótulos e os formatos convencionais de família.
Antes de cunhado, foi namorado: a história afetiva por trás da homenagem
João Paulo Demasi viveu uma relação amorosa com Preta Gil anos antes de se casar com Bela Gil, filha de Gilberto Gil e irmã da cantora. O curioso é que essa conexão, que poderia ter sido cercada de tabus, sempre foi tratada com leveza e maturidade por todos os envolvidos — algo que Bela já comentou com bom humor em entrevistas ao GNT.
Ao longo de 19 anos de casamento com Bela Gil, João Paulo formou uma família sólida: tiveram dois filhos, Flor, de 16 anos, e Nino, de 9. Mesmo após a separação, anunciada em 2023, ambos seguiram reforçando publicamente o respeito mútuo e o carinho pela trajetória construída juntos. A homenagem dele a Preta deixa isso ainda mais evidente — não se trata apenas de um ex-cunhado ou ex-namorado. Trata-se de alguém que compartilhou amor, família, intimidade e história.
E, diante da morte, essas camadas de afeto ganham ainda mais profundidade. O Brasil, acostumado a ver essas figuras públicas de longe, teve a rara oportunidade de testemunhar um amor que não se apagou com o fim de um namoro ou de um casamento — ele se transformou, permaneceu e se fez presente até o último momento.
Preta Gil: uma voz que nunca se calou diante dos desafios
Mais do que cantora, Preta Gil foi uma força viva de resistência, representatividade e amor próprio. Ao longo da carreira, ela se destacou não apenas por sua música envolvente, mas por levantar bandeiras urgentes: combate à gordofobia, empoderamento feminino, enfrentamento ao racismo e acolhimento da diversidade. Preta foi, em muitos sentidos, uma artista do seu tempo — e além dele.
Filha de Gilberto Gil, ela poderia ter vivido à sombra do pai, mas escolheu brilhar com luz própria. Com seu estilo irreverente e sua voz potente, conquistou milhares de fãs que se viam representados em sua liberdade e em sua coragem. Nunca teve medo de se expor, de ser vulnerável, de rir de si mesma ou de se posicionar politicamente.
Sua jornada de luta contra o câncer colorretal, diagnosticado em 2022, foi mais um capítulo dessa coragem. Mesmo enfrentando dores intensas e internações recorrentes, Preta não deixou de dividir com o público cada etapa do tratamento — tornando-se uma porta-voz importante da conscientização sobre a doença.
A batalha silenciosa nos bastidores e os últimos dias nos EUA
Em busca de tratamentos avançados, Preta Gil esteve nos Estados Unidos nas últimas semanas, onde recebeu cuidados médicos em dois dos centros oncológicos mais respeitados do mundo: o Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York, e o Virginia Cancer Institute, em Washington. A esperança era grande, e a cantora chegou a planejar o retorno ao Brasil no início de julho.
Entretanto, segundo informações do portal LeoDias, a artista passou mal a caminho do aeroporto e precisou retornar ao hospital, onde acabou não resistindo. A notícia foi confirmada por sua assessoria e rapidamente dominou as manchetes e os trending topics nas redes sociais.
O país parou para se despedir não apenas de uma estrela da música, mas de uma mulher que nunca deixou de viver com intensidade, mesmo nos dias mais sombrios.
Laços afetivos que vão além da lógica: o retrato da família Gil
A família Gil sempre foi conhecida por romper padrões tradicionais e colocar o afeto acima das convenções. O relacionamento passado entre Preta e João Paulo, seguido pelo casamento dele com Bela, é apenas um exemplo de como o clã Gil conduz as relações com liberdade, empatia e respeito mútuo.
Na homenagem de João Paulo, percebe-se esse tipo raro de convivência: ele não apenas foi namorado e cunhado, mas também pai de sobrinhos de Preta, convivendo com ela por mais de duas décadas em diferentes papéis — todos permeados por afeto e cumplicidade. A forma como essa história foi acolhida pela família e pela sociedade mostra que há formas mais generosas e fluidas de se viver o amor e a amizade.
Preta Gil representava isso em sua vida pública: não apenas a quebra de padrões estéticos, mas também emocionais. Era a favor da liberdade de ser, amar e existir — e essa liberdade moldou as relações à sua volta.
Um legado eterno de coragem, alegria e representatividade
Preta Gil não foi apenas uma artista. Foi símbolo de resistência, de autoestima, de empatia e de amor ao próximo. Compartilhou com o mundo sua dor, seus medos e sua vulnerabilidade — e, ao fazer isso, ajudou milhares de pessoas a se sentirem mais fortes, mais vistas, mais compreendidas.
Suas redes sociais serviram como diário público de sua batalha contra o câncer, alertando sobre os sinais da doença, incentivando o autocuidado e desmistificando o tabu em torno do tratamento oncológico. Não há como medir o impacto positivo dessa coragem.
Sua ausência física, agora, deixa um vazio que vai muito além dos palcos. Deixa silêncios nas festas, nos desfiles, nas entrevistas, nos abraços. Mas, como João Paulo escreveu com tanta precisão, “Preta presente”. Sempre. Em cada música que embalou histórias de amor, em cada fala empoderadora que inspirou mulheres, em cada sorriso que iluminou a tela.
Preta permanece. E continuará a ser luz para quem acredita que viver vale a pena — mesmo quando tudo dói.