Padrasto suspeito de envenenar o Lucas é preso, ele teria feito isso após jovem não quer fazer s… Ver mais

Um bolinho, uma tragédia: jovem de 19 anos luta pela vida após suspeita de envenenamento
O que parecia ser um lanche comum em família transformou-se em um verdadeiro pesadelo para a família Santos, residente em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. No dia 11 de julho de 2025, Lucas da Silva Santos, de apenas 19 anos, deu entrada em estado gravíssimo no Hospital de Urgência da cidade após consumir um bolinho de mandioca supostamente envenenado. A polícia investiga o caso como tentativa de homicídio, tendo como principal suspeito o próprio padrasto da vítima, Admilson Ferreira dos Santos, de 46 anos.
Internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Lucas enfrentou horas cruciais entre a vida e a morte, com sinais claros de intoxicação grave. O caso mobilizou a comunidade local, chocada com a gravidade do crime e a possibilidade de que o autor seja um membro da própria família.
Investigações revelam reviravolta: da tia ao padrasto, quem entregou o bolinho envenenado?
Logo após o episódio, os primeiros questionamentos recaíram sobre Cláudia Pereira dos Santos, tia de Lucas, responsável por preparar os bolinhos. No entanto, o rumo da investigação mudou drasticamente com o aprofundamento dos depoimentos. A delegada Liliane Doretto, titular do 3º Distrito Policial de São Bernardo do Campo, assumiu a linha de frente do caso e identificou inconsistências nas falas de Admilson, o padrasto da vítima.
Segundo a delegada, a peça-chave que apontou Admilson como suspeito foi o fato de ele mesmo ter entregue o alimento diretamente ao enteado. “As contradições no depoimento e a forma como o alimento foi oferecido a Lucas nos levaram a reavaliar completamente a narrativa inicial. Hoje, não temos dúvidas de que ele é o autor do envenenamento”, declarou Doretto.
A análise de câmeras, os depoimentos colhidos e o comportamento evasivo do padrasto contribuíram para a conclusão. Agora, a polícia aguarda os laudos toxicológicos, que serão cruciais para determinar a substância usada e reforçar as evidências do crime.
Um histórico sombrio: abusos, ameaças e a face oculta da violência doméstica
À medida que a investigação avançava, um retrato ainda mais cruel do ambiente familiar foi sendo revelado. Segundo relatos colhidos pela polícia, Admilson apresentava um comportamento controlador e possessivo em relação a Lucas, além de ser acusado de abusos sexuais recorrentes contra o enteado e seus irmãos. Essas denúncias, até então abafadas dentro da casa, vêm à tona agora com força total.
O caso se agrava ao envolver omissão. Rosemeire, mãe de Lucas, admitiu ter conhecimento das agressões cometidas por Admilson. Ainda assim, a situação de violência doméstica permaneceu silenciada por anos. A polícia trabalha com a hipótese de que Lucas teria planos de deixar o lar ou iniciar um relacionamento amoroso, o que pode ter sido o estopim da tentativa de homicídio.
A delegada Doretto reforça que “os relatos de abuso são chocantes e exigem um aprofundamento minucioso. Estamos diante de um contexto de violência familiar crônico, onde o silêncio e o medo permitiram que os crimes continuassem acontecendo”.
Prisão preventiva e nova esperança por justiça
Após o avanço das investigações e diante das novas provas, a Justiça de São Paulo determinou a prisão preventiva de Admilson no dia 16 de julho. O pedido anterior havia sido negado, mas a apresentação de novas evidências convenceu o Judiciário sobre a urgência da medida. Agora, o suspeito permanece detido, enquanto as autoridades seguem buscando respostas para as perguntas que ainda pairam sobre o caso.
A prisão de Admilson é vista como um importante passo no caminho da responsabilização e da justiça para Lucas e sua família. No entanto, a delegada ressalta que o inquérito ainda está em andamento e que novas revelações podem surgir nos próximos dias.
Luta pela vida: estado de saúde de Lucas ainda é delicado, mas há sinais de melhora
Em meio ao turbilhão de revelações e à comoção pública, Lucas continua internado em estado grave. Segundo boletim médico recente, ele apresentou uma leve melhora. A equipe médica suspendeu a sedação para observar possíveis sequelas neurológicas, já que o envenenamento comprometeu diversas funções vitais.
Ainda não é possível afirmar com precisão se Lucas conseguirá se recuperar completamente. Familiares acompanham o caso com esperança, mas também com profunda angústia. Cada minuto conta. Cada sinal de melhora é celebrado como uma pequena vitória diante da brutalidade sofrida.
Silêncio que mata: a urgência de denunciar abusos antes que seja tarde demais
O caso de Lucas Santos escancara, mais uma vez, os efeitos devastadores da violência doméstica silenciosa. A omissão, o medo de represálias e a dependência emocional ou financeira contribuem para que abusos se perpetuem dentro de lares que deveriam ser espaços de segurança. A trágica tentativa de homicídio em São Bernardo do Campo é um grito de alerta para toda a sociedade.
“É imprescindível que vítimas e testemunhas de violência tenham canais seguros e acolhedores para denunciar. Só assim evitaremos que mais vidas sejam destruídas ou perdidas”, reforça a delegada Doretto.
Além da responsabilização do agressor, o caso reforça a importância de políticas públicas eficazes de acolhimento, proteção e orientação para famílias em situação de vulnerabilidade. A rede de apoio precisa ser fortalecida para que outras vítimas, como Lucas, não precisem chegar ao limite da dor para que suas histórias sejam ouvidas.
Conclusão:
A prisão de Admilson Ferreira dos Santos pode ter interrompido um ciclo de violência, mas o caso continua ecoando como um alerta urgente. Lucas, símbolo de uma juventude ferida, ainda luta pela vida — e, ao fazê-lo, revela a necessidade de uma sociedade mais vigilante, mais empática e, acima de tudo, mais justa.