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Maurício Mattar diz que Guilherme de Pádua ficava com homens e tinha planos de subir na vida

O Passado que Ainda Ecoa: Maurício Mattar Quebra o Silêncio sobre Guilherme de Pádua

O tempo pode passar, mas certas memórias permanecem vivas — especialmente quando envolvem figuras públicas envolvidas em tragédias. O ator e cantor Maurício Mattar, conhecido por sua trajetória marcante na televisão e nos palcos, decidiu reabrir um capítulo inquietante de sua carreira ao relatar experiências pessoais ao lado de Guilherme de Pádua, condenado pelo brutal assassinato de Daniella Perez em 1992.

As revelações, que voltaram a circular com força nas redes sociais, detalham comportamentos considerados invasivos, perturbadores e até manipuladores por parte de Pádua durante os bastidores da peça musical Blue Jeans, encenada em 1991, antes do crime que chocou o Brasil.

Ele se aproximava, ficava olhando e até pedia para ver minhas partes íntimas”, contou Mattar, em uma das declarações mais impactantes.


Assédio nos Bastidores: Uma Realidade Desconfortável Encoberta por Fama e Teatro

Segundo Maurício Mattar, o ambiente de trabalho na peça Blue Jeans se tornou opressor por causa da conduta de Guilherme de Pádua. Os relatos do ator denunciam um comportamento profundamente invasivo e abusivo.

Durante os ensaios e trocas de figurino, Mattar afirma que Pádua se aproximava de maneira constrangedora, fazendo observações inapropriadas e insistindo em vê-lo nu. “Ele se aproximava, ficava olhando e até pedia para ver minhas partes íntimas”, revelou, apontando que não foi o único alvo do comportamento de Pádua. Outros integrantes do elenco masculino também teriam passado por situações semelhantes.

A descrição pinta um retrato sombrio de um ambiente artístico onde, longe dos holofotes, assédios sutis e explícitos pareciam passar despercebidos ou silenciados. O episódio levanta reflexões profundas sobre como, mesmo dentro do meio cultural, figuras com pretensões de ascensão podem agir sem escrúpulos — e sem sofrer consequências imediatas.


Ambição Desmedida: “Transaria com Quem Fosse Necessário”, Dizia Pádua

Mattar também relatou que a obsessão de Pádua pelo sucesso era evidente e, por vezes, perturbadora. De acordo com o ator, o colega de elenco não escondia sua disposição para fazer qualquer coisa para conquistar espaço na carreira artística.

Ele dizia que, para conseguir o que queria, transaria com quem fosse necessário”, afirmou Mattar. Segundo ele, Guilherme de Pádua fazia declarações sobre manter relações com homens influentes desde que chegou ao Rio de Janeiro — não por orientação sexual, mas como uma forma estratégica de crescer profissionalmente.

O relato, além de revelar uma personalidade oportunista e calculista, destaca uma ambição sem limites éticos, algo que, segundo Mattar, já deixava claro que havia algo fora do comum na postura do ex-colega.

Essa confissão, em retrospectiva, se torna ainda mais inquietante à luz dos acontecimentos futuros, quando Pádua foi preso e condenado por um dos crimes mais bárbaros do entretenimento brasileiro.


Da Ficção ao Crime Real: A Queda Irreversível de Guilherme de Pádua

A história de Guilherme de Pádua tomou proporções trágicas em 1992, quando ele e sua então esposa, Paula Thomaz, foram presos pelo assassinato brutal de Daniella Perez, atriz e filha da autora Glória Perez.

Na época, Pádua contracenava com Daniella na novela De Corpo e Alma, interpretando seu par romântico. No entanto, a relação profissional rapidamente deu lugar a um caso policial de repercussão nacional. Condenados por homicídio qualificado, ambos cumpriram penas reduzidas de apenas sete anos, gerando revolta e debate público sobre a justiça brasileira.

Desde então, mesmo após cumprir pena, a figura de Guilherme de Pádua permaneceu marcada por polêmicas e rejeição social. Em 2022, ele faleceu, mas o legado sombrio de sua trajetória continua despertando interesse e revolta, especialmente com o surgimento de novos depoimentos como os de Mattar.


Bastidores que Revelam o Caráter: O Que Blue Jeans Já Anunciava

A peça musical Blue Jeans, onde tudo começou, reunia jovens talentos promissores do teatro brasileiro, incluindo Maurício Mattar e Guilherme de Pádua. O espetáculo era visto como uma vitrine para novos atores. No entanto, segundo Mattar, os bastidores do projeto já revelavam traços alarmantes da personalidade de Pádua.

Embora não houvesse qualquer indício, à época, de que o ator cometeria um crime bárbaro no ano seguinte, seu comportamento abusivo e manipulador já causava desconforto e tensão entre colegas.

A nova luz lançada sobre o passado por Mattar convida o público a refletir sobre como, muitas vezes, os sinais de comportamento problemático estão presentes bem antes das tragédias virem à tona — e como o silêncio institucional ou social pode acabar perpetuando riscos e traumas.


Reflexões Atuais: O Legado Tóxico de Guilherme de Pádua e o Valor da Verdade

O depoimento de Maurício Mattar reacende uma discussão necessária sobre os limites da ambição, o peso das atitudes nos bastidores e o impacto das escolhas de figuras públicas sobre quem convive com elas.

Em um cenário onde o entretenimento frequentemente encobre abusos com glamour, ouvir relatos de quem viveu essas experiências na pele é essencial para compreender a complexidade dos bastidores artísticos.

As falas de Mattar também mostram a importância de quebrar o silêncio e de dar voz a experiências que, por muito tempo, foram abafadas. Revelar essas verdades pode ser desconfortável, mas também é um passo fundamental para evitar que comportamentos destrutivos voltem a se repetir.

A história de Guilherme de Pádua, agora enriquecida com novos detalhes, não é apenas um caso isolado de crime, mas um retrato de como caráter e conduta se manifestam muito antes do desfecho trágico. E, por isso, seguir revisitando e debatendo esse passado é uma forma de preservar a memória de Daniella Perez e fortalecer os valores éticos no mundo artístico.

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