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Assim foi encontrada Juliana Marins. A BBC da Indonésia divulga vídeo da jovem mort… Ver mais

Mochileira cheia de vida: quem era Juliana Marins e o que a levou ao Monte Rinjani

Juliana Marins, de apenas 26 anos, era uma jovem publicitária e dançarina de pole dance com sede em Niterói, Rio de Janeiro. Com um espírito aventureiro e sede de mundo, ela iniciou uma jornada de autodescoberta e turismo em fevereiro de 2025, explorando com entusiasmo países como Tailândia, Vietnã e Filipinas. Suas redes sociais eram um diário vibrante de paisagens exóticas, desafios superados e reflexões sinceras.

Apaixonada por natureza e atividades radicais, Juliana decidiu encarar um dos maiores desafios de sua viagem: escalar o Monte Rinjani, o segundo maior vulcão da Indonésia, situado na ilha de Lombok. Com 3.726 metros de altitude, o local é um verdadeiro ímã para mochileiros do mundo todo, oferecendo paisagens estonteantes e trilhas que desafiam até os mais experientes. Ela ingressou em uma expedição guiada de três dias, ao lado de seis turistas e dois guias profissionais.

Infelizmente, o que deveria ser mais um capítulo glorioso de sua jornada acabou em tragédia.


O momento crítico: a queda de 500 metros que selou o destino de Juliana

No entardecer de 21 de junho de 2025, por volta das 18h30 no horário local, Juliana revelou sinais de exaustão. Segundo relatos, ela demonstrou cansaço significativo e, logo em seguida, escorregou e caiu de um penhasco próximo à cratera do Monte Rinjani. A queda foi brutal — cerca de 500 metros em uma encosta extremamente íngreme e rochosa.

A partir desse instante, iniciou-se uma corrida contra o tempo. As autoridades do Parque Nacional de Gunung Rinjani relataram ter escutado gritos de socorro. Com a ajuda de drones, foi possível localizar Juliana ainda consciente, se mexendo, presa em um ponto inacessível do paredão. A esperança reacendeu os ânimos da equipe de resgate, mas a missão seria tudo menos simples.


Operação arriscada: o resgate que virou uma luta contra o tempo e o clima

O terreno onde Juliana caiu era de difícil acesso, com visibilidade comprometida por neblina espessa e condições meteorológicas severas. As equipes de resgate — incluindo especialistas em montanhismo, drones com câmeras térmicas e helicópteros das Forças Armadas da Indonésia — enfrentaram inúmeros obstáculos. O uso de tecnologia avançada, embora essencial, não foi suficiente para superar o desafio do relevo acidentado e da instabilidade climática.

Na terça-feira, 24 de junho, um helicóptero chegou a ser enviado para auxiliar na operação. Mesmo com todos os esforços, o resgate foi adiado por múltiplos fatores, incluindo riscos à vida dos próprios socorristas. A frustração crescia tanto nas montanhas quanto do outro lado do mundo, no Brasil, onde a família de Juliana aguardava desesperadamente por notícias.

A Agência Nacional de Busca e Salvamento da Indonésia (Basarnas) confirmou, após quatro dias de buscas, a morte de Juliana. O corpo foi encontrado em local de difícil recuperação, agravando ainda mais a dor de familiares e amigos.


Luto e indignação: família critica demora e falta de clareza das autoridades

A comoção foi imediata. O pai de Juliana, Manoel Marins Filho, viajou às pressas para a Indonésia, superando obstáculos como o fechamento do espaço aéreo do Qatar em razão de tensões no Oriente Médio. Já a irmã da jovem, Mariana, foi às redes sociais denunciar a lentidão e falta de comunicação das autoridades indonésias.

“Infelizmente, minha irmã não foi resgatada com vida. Por favor, não compartilhem informações falsas. A dor já é insuportável”, escreveu Mariana, pedindo respeito e solidariedade diante do sofrimento da família.

A prefeitura de Niterói também se manifestou oficialmente, descrevendo Juliana como “uma jovem cheia de sonhos, com brilho no olhar e uma energia contagiante”. Amigos, seguidores e conhecidos da jovem transformaram as redes em um verdadeiro mural de homenagens.


Segurança em trilhas extremas: o alerta que a tragédia de Juliana deixa ao mundo

A morte de Juliana Marins não é um caso isolado e reacendeu o debate sobre os riscos envolvidos em trilhas de alto grau de dificuldade. O Monte Rinjani, apesar de seu apelo turístico, exige preparo físico, psicológico e equipamentos adequados. Não é raro que acidentes graves ocorram na região. Em 2018, por exemplo, um terremoto de magnitude 6.4 prendeu centenas de turistas na montanha.

Empresas que organizam expedições têm sido cada vez mais cobradas por protocolos de segurança rigorosos. No entanto, relatos indicam que, em muitos casos, a infraestrutura e o suporte emergencial deixam a desejar. A tragédia de Juliana levanta uma questão importante: até que ponto os aventureiros são informados, monitorados e protegidos em ambientes extremos como esse?

Especialistas recomendam que turistas em trilhas como a do Rinjani tenham conhecimento em montanhismo, façam exames médicos prévios e conheçam bem as rotas, além de verificar a reputação da empresa contratada.


Um legado de coragem e inspiração: o que Juliana Marins deixa para o mundo

Juliana não era apenas uma turista em busca de aventuras. Ela era símbolo de uma geração que valoriza experiências, liberdade e conexões verdadeiras com a natureza. Sua morte prematura, em meio à realização de um sonho, tocou pessoas de diferentes partes do mundo. Muitos passaram a seguir sua jornada nas redes, encantados com a leveza, autenticidade e coragem que transmitia.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil expressou pesar oficial e garantiu que a embaixada em Jacarta acompanhou de perto o caso, prestando assistência à família e intermediando o repatriamento do corpo.

A história de Juliana ecoa como uma advertência poderosa, mas também como uma memória cheia de luz. Seu nome agora se junta a tantos outros que perderam a vida em busca de algo maior — e nos lembra que a natureza, por mais bela que seja, exige humildade, respeito e prudência.

“Ela era minha melhor amiga, minha inspiração, minha irmã. E agora, um pedaço de mim foi com ela”, declarou Mariana em uma de suas últimas postagens, emocionando milhares de pessoas.


Conclusão:

A morte de Juliana Marins no Monte Rinjani não foi apenas uma tragédia individual. Foi um choque global, um sinal de alerta e uma ferida aberta para quem ama explorar o mundo. Ao mesmo tempo, sua história — de liberdade, alegria e intensidade — permanecerá como um farol para todos os que buscam viver de verdade.

Juliana se foi, mas sua chama continua acesa em cada pôr do sol, cada trilha desafiadora, e em cada alma que decide seguir seu coração, mesmo que com mais cautela.

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