Guia que acompanhava brasileira que caiu em vulcão se manifesta pela 1ª vez: ‘na verdade, eu…Ver Mais

O desaparecimento da jovem brasileira Juliana Marins, de apenas 23 anos, em uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, tem gerado comoção internacional. Natural de Niterói (RJ), Juliana estava em uma jornada de mochilão pela Ásia, em busca de novas experiências e aventuras. Na última sexta-feira (21), tudo mudou. Durante uma subida ao famoso vulcão indonésio, ela teria escorregado e caído em um penhasco de difícil acesso. Desde então, a angústia de familiares, amigos e autoridades só aumenta.
Segundo relatos, Juliana fazia parte de um grupo de turistas que se aventurava na trilha. As circunstâncias do desaparecimento ainda estão sendo apuradas, mas o caso já chama a atenção pela complexidade e pelos desafios que estão dificultando o resgate.
O Guia Quebrou o Silêncio: “Não a Abandonei em Momento Algum”
Neste domingo (23), Ali Musthofa, o guia responsável por acompanhar o grupo, decidiu falar publicamente pela primeira vez. Em entrevista a uma rádio local, ele fez questão de esclarecer os fatos e afastar as acusações de abandono.
“Na verdade, eu não a deixei. Apenas caminhei um pouco à frente e disse para ela descansar. Esperei por três minutos mais adiante, mas ela não apareceu. Voltei ao último ponto em que ela parou, procurei, chamei, e não encontrei ninguém”, relatou o guia, que tem ampla experiência na região do Monte Rinjani.
Ali Musthofa também contou que, ao notar o sumiço da brasileira, acionou imediatamente a empresa pela qual trabalha e notificou o desaparecimento. O guia explicou que, diante da profundidade do desfiladeiro – cerca de 300 metros abaixo da trilha principal – e da falta de equipamentos adequados no momento, não havia condições de iniciar um resgate imediato.
“Fiz o que pude naquele momento. Foi uma situação muito rápida. Em minutos, ela havia sumido da minha vista”, afirmou Ali, que posteriormente desceu até a base da montanha para prestar depoimento às autoridades locais, indicando com precisão o último ponto onde viu Juliana.
Uma Busca Contra o Tempo: Clima Adverso e Desespero Familiar
A localização exata de Juliana só foi possível graças à ajuda de outros turistas, que, utilizando um drone, conseguiram visualizar o local da queda. Mesmo assim, as operações de resgate enfrentam barreiras desafiadoras. Ventos fortes, terreno íngreme e uma neblina densa impediram que as equipes de socorro chegassem até ela na manhã desta segunda-feira (24), mesmo estando a poucos metros de distância.
O drama da família Marins é imenso. Em contato constante com autoridades tanto do Brasil quanto da Indonésia, os familiares expressam o temor crescente diante do tempo que passa. Juliana já está há mais de 72 horas exposta às condições severas da montanha, sem água, comida ou proteção térmica adequada.
Ainda assim, a esperança permanece viva. “Ela é forte, aventureira. A gente acredita que ela está resistindo”, declarou a irmã de Juliana, em entrevista a uma emissora de TV brasileira.
Parque Permanece Aberto e Reacende Debate Sobre Segurança em Trilhas Internacionais
Uma das polêmicas que surgiram nos últimos dias foi a decisão das autoridades locais de manter o Parque Nacional do Monte Rinjani funcionando normalmente, mesmo diante da situação delicada. As trilhas seguem abertas ao público e os grupos de turistas continuam subindo a montanha.
A decisão gerou críticas, principalmente de brasileiros que acompanham o drama de Juliana. Nas redes sociais, internautas questionam as condições de segurança das trilhas e cobram maior rigor por parte das autoridades locais.
Enquanto isso, o resgate segue sendo preparado com reforço de helicópteros e equipes especializadas em salvamentos em áreas de difícil acesso. A expectativa é que, com a melhora nas condições climáticas, seja possível alcançar Juliana ainda nas próximas horas.
O caso de Juliana Marins se tornou símbolo de resistência, esperança e também um alerta sobre os riscos envolvidos em trilhas internacionais. Turistas do mundo todo agora acompanham, com o coração apertado, cada nova atualização desta história que mobiliza dois continentes.