Polícia revela a causa da ϻɒrte de empresário achado em buraco; “a suspeita é tenha ϻɒrrido por com… Ver mais

Na manhã de terça-feira (3), um cenário devastador chocou frequentadores do Autódromo de Interlagos, na Zona Sul de São Paulo. O corpo do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, de apenas 35 anos, foi encontrado sem vida em uma escavação profunda dentro das obras que ocorrem no local. O caso, até agora envolto em mistérios, levanta mais perguntas do que respostas — e gera um clima de angústia entre familiares, amigos e a comunidade que frequenta o autódromo.
O que era para ser uma noite comum, marcada por um encontro de apaixonados por motociclismo, terminou com uma tragédia inexplicável. Adalberto desapareceu na sexta-feira anterior (30), após participar de um evento de motos. Sua última mensagem foi enviada à esposa, Fernanda Dândalo, por volta das 19h40. Ele avisava que retornaria até às 20h30. A promessa, no entanto, nunca se cumpriu.
Desde então, uma série de fatos enigmáticos tomou conta da investigação. A localização do corpo, as circunstâncias da morte e a ausência de sinais claros de violência direta tornaram esse caso um verdadeiro quebra-cabeça para a polícia e peritos do Instituto de Criminalística.
Corpo encontrado em buraco estreito: o que diz a perícia sobre a possível causa da morte
De acordo com o Instituto de Criminalística de São Paulo, a hipótese mais considerada no momento é de compressão torácica — um tipo de sufocamento causado por forte pressão sobre o tórax, algo semelhante ao que acontece quando alguém é prensado. A causa da morte, portanto, teria sido asfixia.
O local onde o corpo foi encontrado impressiona pelo perigo e pelo acesso difícil: um buraco estreito, com cerca de 80 centímetros de largura e quase três metros de profundidade. Trata-se de uma área restrita, que faz parte de obras em andamento pela Prefeitura de São Paulo no entorno do autódromo.
Para esclarecer os detalhes, os investigadores utilizaram tecnologia de ponta. “A cena foi registrada com a ajuda de drones e scanner 3D”, revelou Ricardo Lopes Ortega, diretor do Instituto de Criminalística. A medida visa documentar todos os ângulos possíveis do local, a fim de reunir evidências que possam explicar como e por que Adalberto foi parar ali.
Ainda assim, muitas lacunas permanecem. Não se sabe, por exemplo, como ele entrou no buraco, se foi por acidente ou se alguém o colocou ali — e principalmente, em que momento ele perdeu a vida.
Mistérios que cercam o desaparecimento e os sinais deixados no celular
Logo após o desaparecimento, Fernanda, esposa de Adalberto, tentou contato, sem sucesso. Desesperada, utilizou o sistema de rastreamento do celular do marido. O aparelho ainda indicava sinal nas imediações do autódromo, o que aumentou a preocupação da família. Foram dias de angústia até que, na manhã de terça-feira, a notícia mais temida chegou: o corpo foi localizado.
Um amigo da vítima, ouvido pela polícia, relatou que viu Adalberto depois da última mensagem enviada à esposa. Segundo ele, o empresário teria dito que iria até o Kartódromo de Interlagos, próximo ao local do evento, para buscar o carro. Depois disso, nenhum novo contato foi registrado.
O mais estranho: todos os pertences pessoais estavam com a vítima. Carteira, dinheiro, celular, aliança e até o capacete de moto estavam intactos. Não houve movimentações bancárias desde o desaparecimento, o que praticamente descarta a possibilidade de latrocínio. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que o corpo já tenha sido colocado no buraco sem vida, sem que houvesse uma tentativa de fuga.
Sem sinais de violência, sem roubo, sem explicação: o enigma da morte de Adalberto
O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) trouxe ainda mais estranheza ao caso. Não foram encontradas fraturas, cortes ou hematomas aparentes. Segundo Giovanni Chiarelo, diretor técnico do IML, foram realizados exames de imagem, raio-x, toxicológicos, subungueais (para identificar possíveis sinais de luta) e anatomopatológicos. Os resultados finais ainda não foram divulgados, mas até agora, nenhum sinal clássico de agressão foi identificado.
“Estamos analisando também as escoriações superficiais encontradas no corpo, para entender se ocorreram antes ou depois da morte”, explicou Chiarelo. Um detalhe que intriga os investigadores é que o corpo de Adalberto foi encontrado sem calça e sem os tênis, mas não havia sangue nem marcas de violência física visíveis.
Segundo a delegada Ivalda Aleixo, do Departamento de Homicídios, a morte de Adalberto provavelmente aconteceu entre 36 e 40 horas antes de o corpo ser encontrado. Ou seja, há um intervalo significativo de tempo entre o desaparecimento e a localização do cadáver, período no qual muita coisa pode ter acontecido.
Enquanto isso, a família tenta buscar consolo em meio à dor e à incerteza. “Ele só queria curtir um evento de motos e voltar pra casa”, desabafou um amigo próximo.
O silêncio de Interlagos e a espera por respostas
Mesmo com o uso de tecnologias avançadas nas investigações, como scanner 3D e drones, e com exames laboratoriais detalhados em andamento, a verdade sobre o que aconteceu com Adalberto continua longe de ser revelada.
O caso mobilizou não apenas a equipe do Instituto de Criminalística e do IML, mas também a Divisão de Homicídios da Polícia Civil, que trabalha com diversas hipóteses, inclusive a possibilidade de um acidente seguido de ocultação do corpo. Porém, nenhuma linha de investigação foi descartada até o momento.
Enquanto isso, o Autódromo de Interlagos, conhecido por sediar grandes eventos esportivos e atrair apaixonados por velocidade, se tornou o palco de um enigma que desafia até os mais experientes investigadores. O espaço, que representa adrenalina e celebração para muitos, agora carrega também uma memória dolorosa.
A comoção nas redes sociais é grande. Amigos e familiares clamam por justiça e por respostas. “Não faz sentido… ele estava bem, feliz com o evento. Como isso aconteceu? Como ninguém viu nada?”, questiona uma amiga próxima da família.
Esse caso, que mistura elementos de tragédia, mistério e investigação criminal, segue em destaque e promete ser um dos mais complexos do ano. Até que as respostas venham à tona, resta à família de Adalberto e à sociedade uma difícil espera — marcada por saudade, dúvida e dor.