
Imagine por um instante a cena: você está na cozinha preparando o jantar, com aquele barulho de panela e cheiro de comida no ar, quando, de repente, gritos angustiantes rompem o silêncio da sala. Ao correr para ver o que aconteceu, encontra seu filho pequeno completamente coberto de cola Super Bonder — rosto, mãos, pernas e até o olho colado. Parece o enredo de um filme de terror doméstico, mas foi exatamente o que viveu a professora Jéssica Bez, de 28 anos, moradora de Criciúma, Santa Catarina.
O caso que rapidamente viralizou nas redes sociais não foi apenas um susto isolado. Ele virou um alerta real, doloroso e urgente sobre os perigos escondidos dentro do nosso próprio lar. Afinal, quantos de nós realmente acreditam que objetos comuns podem colocar nossos filhos em risco em questão de minutos?
🚨 Dois Minutos, Uma Tragédia: O Acidente que Mudou Tudo
Na noite de janeiro de 2024, tudo parecia sob controle. Jéssica preparava o jantar, enquanto seu filho Francisco, com apenas um ano e dez meses, assistia televisão tranquilamente. Em um intervalo de dois minutos — tempo suficiente para temperar uma salada ou verificar o forno — o inesperado aconteceu.
Ao ouvir gritos desesperados, Jéssica correu e encontrou uma cena que jamais esquecerá: “Quando cheguei, ele já estava todo colado. Colou o rosto, a mão, a perna e até os dedinhos do pé”, relembra, ainda abalada. Francisco, na sua inocência infantil, havia confundido a Super Bonder com “creme”, como explicou mais tarde, usando a palavra “peme”.
O adesivo poderoso havia se espalhado por seu pequeno corpo, colando pele com pele, atingindo roupas, lençóis e até seu olho. A situação rapidamente se transformou em uma emergência médica.

⏱️ Corrida Contra o Tempo: O Desespero de Uma Mãe e a Escolha Certa
Tomada pelo pânico, Jéssica tentou resolver a situação por conta própria. Foi até a cozinha e pegou água morna, na esperança de que isso ajudasse a dissolver a cola. Mas o resultado foi o oposto do esperado. “Quanto mais eu colocava, mais ele gritava”, contou, descrevendo o desespero de ver o filho em dor.
Ela então tentou ligar para familiares — a mãe, o pai da criança —, mas ninguém atendeu. Sem saída e com o tempo correndo contra ela, tomou a decisão mais acertada e corajosa da noite: correu para o hospital.
Ao chegar à unidade de saúde, os profissionais entenderam imediatamente a gravidade da situação. O maior temor era que a cola tivesse entrado no olho de Francisco, podendo comprometer permanentemente sua visão — ou até causar cegueira.
Durante 40 minutos que pareceram uma eternidade, os médicos se empenharam em separar as pálpebras coladas do menino. O método que salvou o dia foi inusitado: uma combinação de refrigerante de cola com soro morno. A estratégia funcionou, e o procedimento foi concluído sem ferimentos graves.
O alívio veio em seguida: a cola havia atingido apenas a parte externa do olho, evitando danos mais sérios por poucos milímetros. Foi por muito pouco.
💊 A Recuperação de Francisco e o Poder da Inocência Infantil
Embora a ameaça imediata tivesse passado, a recuperação de Francisco exigiu cuidados rigorosos. Os médicos receitaram uma pomada específica e um colírio especial para eliminar completamente os resíduos da cola na região ocular. O tratamento durou cerca de dez dias e exigiu dedicação total da mãe, que não desgrudou do filho um minuto sequer.
Durante esse processo, um momento particularmente comovente ficou marcado para sempre: ao conversar com Francisco sobre o que havia acontecido, o menino explicou, com a sinceridade típica das crianças, que pensou que a cola era “peme” (creme).
Essa revelação tocante escancarou a vulnerabilidade e a curiosidade natural das crianças pequenas. Para um adulto, é evidente o perigo de um produto como a Super Bonder. Para uma criança de menos de dois anos, tudo é novo, tudo é explorável — inclusive, infelizmente, substâncias perigosas.
🔐 O Que Esse Caso Nos Ensina Sobre Segurança Doméstica e Prevenção
A história de Jéssica e Francisco não é apenas comovente — ela é didática. Serve como um alerta real sobre os perigos que rondam as nossas casas, muitas vezes despercebidos. Super Bonder, produtos de limpeza, medicamentos e ferramentas são facilmente encontrados em qualquer lar. Mas para uma criança, todos esses itens representam risco quando estão ao alcance.
Especialistas em segurança infantil alertam: crianças entre 1 e 3 anos vivem a fase mais exploratória da infância, onde a curiosidade supera qualquer senso de perigo. Nessa idade, elas não têm a menor noção do que pode machucá-las.
Por isso, a supervisão contínua é essencial — mesmo quando a criança está apenas assistindo televisão. Acidentes como o de Francisco mostram que bastam segundos de distração para uma tragédia se instaurar.
Algumas medidas simples podem fazer toda a diferença:
- Guarde produtos químicos em armários altos e trancados;
- Use travas de segurança em gavetas e portas;
- Oriente, com linguagem adequada à idade, sobre o que não pode ser tocado;
- Nunca subestime a importância de estar por perto, especialmente durante momentos aparentemente inofensivos.
Além disso, educação preventiva e conversas frequentes sobre segurança ajudam a formar uma cultura doméstica mais consciente.
📢 Compartilhar Para Proteger: Como Uma História Ganhou o País
Ao compartilhar sua experiência nas redes sociais, Jéssica não imaginava o impacto que teria. Milhares de pais se identificaram com a situação, expressaram solidariedade e, o mais importante, passaram a repensar os cuidados em suas próprias casas.
“Histórias como a minha podem salvar outras crianças”, afirmou Jéssica ao ser entrevistada. E ela está certa. Quando pais compartilham relatos reais, eles transformam sustos em aprendizado coletivo, gerando uma corrente poderosa de conscientização.
Esse tipo de atitude reforça o poder das redes sociais como ferramenta educativa. A história de Francisco não apenas mobilizou empatia, mas também inspirou mudanças práticas em lares de todo o Brasil. Armários foram trancados, produtos foram reposicionados e, acima de tudo, pais passaram a estar mais atentos.
🧠 Conclusão: Um Susto que Virou Alerta Para o Brasil
Hoje, Francisco está saudável, com três anos de idade e completamente recuperado. Mas sua experiência se tornou um marco na vida de sua família e um divisor de águas para muitos outros pais que viram no caso um espelho de suas próprias realidades.
A reação rápida de Jéssica foi fundamental. Buscar ajuda profissional no momento certo fez toda a diferença entre uma recuperação tranquila e um trauma permanente. Sua história nos ensina que, mesmo em situações de pânico, manter a calma e agir com lucidez pode salvar vidas.
Este caso também nos lembra que vigilância constante pode parecer exaustiva, mas é o preço justo que pagamos para proteger o bem mais precioso que temos: nossos filhos.
Portanto, que a história de Francisco sirva de alerta, inspiração e aprendizado. E que ela continue a ser contada — não como uma tragédia, mas como um lembrete poderoso de que segurança nunca é demais quando se trata da infância.