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NÃO TEVE JEITO: Em plena terça-feira Bolsonaro fica sabendo que vai ser… Ver mais

Nesta segunda-feira (20), o tabuleiro político brasileiro ganhou um novo e tenso movimento com o reencontro entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu ex-ministro da Defesa, general da reserva Braga Netto. O cenário: uma audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), realizada de forma virtual. O momento: histórico. Foi a primeira vez que ambos se viram desde a prisão de Braga Netto, em dezembro de 2024.

O caso em questão envolve a investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado nos últimos dias do mandato de Bolsonaro. Ambos são alvos centrais da apuração e agora estão diante de um processo que pode selar não apenas seus destinos políticos, mas também o futuro da democracia brasileira.


Um reencontro silencioso, mas carregado de tensão e simbolismo

A audiência, conduzida por videoconferência pela plataforma Microsoft Teams, foi marcada por imagens que, embora ocultas do público devido ao sigilo, representam muito mais do que apenas um rito jurídico. Braga Netto apareceu visivelmente abatido, mais magro, vestido de terno e gravata, direto de uma sala reservada na Vila Militar, no Rio de Janeiro, onde cumpre medidas cautelares desde sua prisão.

Do outro lado da tela, Bolsonaro não dividia o mesmo espaço virtual. Sua defesa, liderada pelo advogado Celso Vilardi, acompanhou tudo de uma sala distinta, com cinco advogados presentes, atentos a cada detalhe dos depoimentos.

O reencontro, mesmo sem trocas de palavras ou olhares diretos, ocorreu sob o peso de acusações gravíssimas: tentativa de abalar o Estado Democrático de Direito. As investigações da PGR já coletaram documentos, mensagens e depoimentos que apontam para a existência de um plano golpista.

Ambos negam qualquer envolvimento em iniciativas contra a ordem constitucional, mas as provas reunidas ao longo dos meses têm impulsionado o inquérito em uma direção que pode resultar em consequências históricas.


Testemunhas começam a revelar os bastidores do poder

Esta audiência marcou o início da oitiva das testemunhas no processo que investiga os bastidores de um suposto plano de ruptura democrática ao fim do governo Bolsonaro. As primeiras falas ocorreram sob sigilo absoluto, uma estratégia adotada pelo ministro Alexandre de Moraes para proteger o conteúdo e evitar que ele vaze para fora do ambiente jurídico.

Não foram permitidas imagens nem gravações da sessão — um indicativo claro do grau de sensibilidade do caso.

As testemunhas ouvidas fazem parte do núcleo da acusação montada pela PGR, e suas declarações podem representar peças-chave no quebra-cabeça que envolve ex-integrantes do alto escalão do governo Bolsonaro.

Enquanto isso, no lado de fora do STF, a expectativa aumenta. A opinião pública, os partidos políticos e a sociedade civil aguardam, com atenção redobrada, cada novo avanço das investigações.


Alexandre de Moraes assume papel central na condução do processo

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, foi quem conduziu a audiência de maneira firme e direta. Moraes já é conhecido por sua atuação em processos de grande impacto nacional, como o caso que investiga os irmãos Brazão no assassinato da vereadora Marielle Franco.

Desta vez, sua postura foi ainda mais incisiva. Ele adotou uma condução ativa dos trabalhos, ciente do peso político e jurídico das acusações, que podem reverberar por toda a estrutura institucional do país.

A previsão é de que novas audiências ocorram nos próximos dias, com mais testemunhas sendo ouvidas. Moraes sinalizou que a investigação não será apressada, mas também não aceitará manobras protelatórias.

Para analistas jurídicos, trata-se de um divisor de águas que testa a capacidade do Judiciário de responder com firmeza a possíveis ataques à democracia.


O que está em jogo: democracia, poder e o futuro da direita brasileira

Mais do que a apuração de condutas individuais, o processo contra Jair Bolsonaro e Braga Netto tem o potencial de se tornar um marco na história democrática do Brasil. Em jogo está a resposta institucional a possíveis articulações de golpe dentro do próprio governo — um desafio que exige serenidade, provas robustas e um julgamento justo.

Caso haja condenação, as consequências podem ser severas: inelegibilidade, prisões e um redesenho radical do mapa político da direita no país. Por outro lado, uma eventual absolvição traria combustível para o discurso de perseguição política que Bolsonaro e seus aliados vêm sustentando desde que deixaram o poder.

A cada nova testemunha ouvida, o país se aproxima de um desfecho que pode reconfigurar o cenário político nacional. Enquanto isso, a tensão aumenta, e os olhos da nação permanecem voltados para os tribunais.


Principais pontos da audiência:

  • Audiência virtual realizada por meio do Microsoft Teams;
  • Braga Netto apareceu publicamente pela primeira vez desde sua prisão;
  • Bolsonaro não interagiu diretamente, mas sua equipe de defesa acompanhou tudo;
  • Alexandre de Moraes conduziu os trabalhos, com sigilo absoluto;
  • Testemunhas da PGR começaram a ser ouvidas, marcando o início da fase decisiva do processo.

O que esperar dos próximos passos dessa investigação histórica

Nas próximas semanas, outras testemunhas devem depor, e os depoimentos podem trazer revelações inéditas sobre os últimos meses do governo Bolsonaro. O foco está em identificar se houve preparação real para um golpe de Estado, e qual teria sido o papel de cada envolvido.

A PGR trabalha com elementos que ainda não vieram a público, mas que — segundo fontes ligadas ao processo — podem mudar o rumo da investigação. Caso os indícios se confirmem, o impacto será profundo, tanto na esfera jurídica quanto na política.

Enquanto isso, o ambiente político brasileiro permanece em ebulição. O bolsonarismo encara seu maior teste. A direita se reorganiza. E o país, mais uma vez, se vê diante da necessidade de reafirmar seus compromissos democráticos — custe o que custar.

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