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Bebê de 8 meses mo̷rre̷ após comer açaí e o motivo vai te surpreender: “polícia civil diz que estava com ch…Ver mais

“O laudo confirma que havia veneno, o popularmente chamado chumbinho, no açaí que foi ingerido pelas vítimas”, declarou o delegado Cláudio Henrique, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa do Rio Grande do Norte (DHPP), ao confirmar uma das suspeitas mais chocantes do caso que abalou Natal.

A pequena Yohana Maitê Filgueira Costa, de apenas oito meses, não resistiu após consumir o alimento contaminado. A bebê faleceu no dia 14 de abril, depois de compartilhar com sua prima de segundo grau, Geísa de Cássia Tenório Silva, de 50 anos, uma porção de açaí que chegou à casa da família como presente. Geísa também adoeceu gravemente e chegou a ser internada em uma UTI, recebendo alta apenas no dia 30 de abril.

De acordo com as investigações, o alimento ingerido pelas vítimas estava contaminado com “chumbinho”, nome popular dado ao pesticida aldicarbe – um produto altamente tóxico, cuja comercialização está proibida no Brasil desde 2012, conforme alerta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“O resultado do laudo pericial mostra claramente que se trata de um caso de envenenamento. Ainda não temos a confirmação da substância no organismo das vítimas, mas já é possível afirmar que o produto estava contaminado”, disse o delegado.

Quem entregou o açaí envenenado? Polícia busca motoboys suspeitos

Enquanto o caso ganha repercussão nacional, a Polícia Civil segue em busca de pistas sobre os responsáveis pelas entregas. Segundo o delegado Cláudio Henrique, uma das linhas de investigação considera a possível participação direta dos entregadores que levaram o açaí até a residência da família.

“Nós estamos em busca da pessoa que realizou a entrega desse açaí, ou das pessoas, porque ainda não temos certeza se foi um único entregador”, afirmou. O delegado também reforçou que, diante da gravidade do caso e da comoção social, era esperado que os motoentregadores envolvidos se apresentassem voluntariamente.

“O fato de nenhum entregador ter se identificado até agora levanta a suspeita de um envolvimento mais direto. Estamos procurando por esse motociclista que fez a entrega”, completou.

As entregas ocorreram entre os dias 12 e 14 de abril no bairro Felipe Camarão, localizado na Zona Oeste de Natal. A Polícia Civil fez um apelo público: “Se você fez essa entrega em Felipe Camarão de um açaí entre os dias 12 e 14 do mês passado, por favor nos procure, até para eliminá-lo de qualquer envolvimento, para a gente conseguir progredir com a investigação.”

Três dias de entregas misteriosas e um final trágico

O caso se torna ainda mais perturbador quando se observa a cronologia dos eventos, que envolveu três entregas consecutivas à mesma casa — todas feitas por motoboys e com remetente desconhecido.

Segundo Yago Smith, filho de Geísa, a sequência de entregas foi a seguinte:

13 de abril: “Geísa recebeu um urso de pelúcia e chocolates de origem desconhecida. Ela consumiu os doces, mas não sentiu nada.”

14 de abril: “Uma nova entrega chegou, desta vez um açaí com granola. Geísa tomou o açaí e dividiu a granola com a bebê Yohana. Ambas passaram mal logo em seguida. A criança faleceu dentro da ambulância, enquanto Geísa precisou ser medicada.”

15 de abril: “Geísa acordou se sentindo aparentemente bem, e a relação com a morte da bebê ainda não havia sido feita. No entanto, uma nova entrega de açaí chegou naquele mesmo dia. Ao consumir o alimento, Geísa voltou a passar mal em apenas 15 minutos, precisando ser levada às pressas para a UPA e posteriormente internada em estado grave.”

O quadro clínico apresentado por Geísa gerou alerta entre os profissionais de saúde, que recomendaram que a família procurasse imediatamente a polícia.

“Ela estava suando bastante, tremendo, sem força nem pra falar, e chegou a espumar pela boca. Os médicos começaram a desconfiar que aquilo era envenenamento”, relatou Yago.

A dor de uma família e os próximos passos das investigações

Além da dor da perda irreparável, a família da bebê Yohana agora vive a angústia de buscar respostas. O delegado Cláudio Henrique informou que o próximo passo é aguardar os resultados do Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP) para confirmar se a substância também está presente no organismo de Geísa.

“Se o ITEP confirmar a presença do veneno no organismo dela, acredito que não será necessária a exumação do corpo da bebê. É uma possibilidade que prefiro evitar, mas que não está descartada”, afirmou.

A Polícia Civil também estuda a origem do produto contaminado e tenta descobrir quem seria o remetente das encomendas misteriosas. Até o momento, não há pistas claras sobre a identidade da pessoa que enviou os alimentos ou se o crime foi premeditado com o objetivo de atingir Geísa ou a criança.

Com a tragédia ainda cercada de mistérios e muitas perguntas sem resposta, a polícia reforça o apelo à população: qualquer informação sobre as entregas feitas entre os dias 12 e 14 de abril no bairro Felipe Camarão pode ser crucial para desvendar esse crime que chocou o país.

Vídeo da reportagem completa aqui

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