Em música, Juliana Bonde revela que Fábio de Melo “pega periquita escondido”

A cantora Juliana Caetano, mais conhecida como Juliana Bonde, voltou a movimentar as redes sociais ao lançar sua nova música de trabalho, “Quem Vai Querer a Minha Periquita”. Com versos provocativos e cheios de duplo sentido, a faixa rapidamente viralizou, principalmente por mencionar nomes de figuras públicas como Lula, Bolsonaro, Luan Santana, DJ Ivis e até o padre Fábio de Melo.

A canção gerou uma onda de comentários — entre indignações e aplausos — por seu conteúdo controverso e cômico ao mesmo tempo. Em menos de três minutos, Juliana conseguiu transformar a irreverência em centro de um debate acalorado sobre liberdade artística, limites do humor e referências políticas e sociais.
Mas afinal, quem é essa cantora que mistura crítica social com sensualidade explícita? E por que sua nova música está dividindo tantas opiniões?
Uma música que não mede palavras: de Lula a DJ Ivis, ninguém escapou
Na faixa “Periquita”, Juliana Bonde expõe com ironia seu “interesse” (ou não) por uma lista de celebridades, cada uma representando uma alegoria bem-humorada — e às vezes incômoda — de temas que vão de sexualidade à violência e política.
Por exemplo, ao citar Luan Santana, a cantora canta que não daria sua “periquita” porque ele “pode não gostar de periquita” — insinuando, com sarcasmo, rumores antigos sobre a sexualidade do cantor. Já DJ Ivis, acusado de agressão em 2021, é citado com a justificativa de que “pode bater na periquita”. E quando menciona os ex-presidentes Lula e Bolsonaro, o tom vai para a sátira política: Lula “poderia roubá-la” e Bolsonaro “metralhá-la”.
Esses versos, ainda que envoltos em humor, levantam questionamentos sobre os limites da música popular como instrumento de crítica e entretenimento. Algumas pessoas apontaram violações éticas, enquanto outras enalteceram a ousadia da artista em desafiar normas sociais por meio da arte.
Reações explosivas: entre cancelamentos e comparações com Ice Cube
O lançamento de “Quem Vai Querer a Minha Periquita” causou uma verdadeira enxurrada de reações nas redes sociais. Críticas e elogios surgiram aos montes, destacando o quanto a música conseguiu penetrar no debate público — para o bem ou para o mal.
“Meu Deus! Quantos direitos humanos Juliana Bonde violou em 180 segundos de música?”, ironizou uma usuária do X (antigo Twitter), em tom de reprovação. Já outro internauta comparou a música a uma obra icônica do rap norte-americano: “A genialidade de Juliana é comparável à de ‘No Vaseline’, do Ice Cube, que denunciava abusos da indústria cultural na década de 90”, escreveu.
Esse tipo de comparação mostra como a faixa ultrapassou os limites do entretenimento descartável para entrar em um território mais complexo, onde o choque e o exagero são usados como ferramentas de provocação e reflexão.
De cantora de igreja a símbolo da música provocativa: quem é Juliana Bonde?

Embora para muitos Juliana Bonde tenha se tornado um nome conhecido apenas agora, por conta da repercussão de “Periquita”, sua trajetória na música já vem de longa data.
Nascida em Barreiras, no interior da Bahia, Juliana começou a cantar em igrejas evangélicas ainda na adolescência. Com o tempo, trocou os hinos religiosos pelas batidas do forró eletrônico, estilo em que ganhou notoriedade como vocalista do grupo Bonde do Forró. A banda, criada em 2003 em São Paulo pelo DJ Maluco, se tornou um dos expoentes do forró estilizado com toques de pop e sensualidade.
Além da carreira musical, Juliana também se tornou conhecida pela produção de conteúdos adultos e por uma presença marcante nas redes sociais, onde frequentemente compartilha vídeos dançantes, provocantes e bem-humorados — o que atrai milhões de visualizações e seguidores.
Hoje, ela é vista por muitos como um símbolo de empoderamento e liberdade feminina, enquanto outros a criticam por ultrapassar o que consideram o “limite do aceitável”.
Arte ou apelação? A fronteira entre o provocativo e o ofensivo
A discussão sobre a nova música de Juliana Bonde expõe uma questão delicada e cada vez mais presente no universo cultural contemporâneo: até onde vai a liberdade artística? Quando a sátira se transforma em ataque? O humor com críticas sociais pode — ou deve — tocar em temas sensíveis?
O fato é que a artista conseguiu, com uma letra cheia de duplos sentidos, colocar políticos, celebridades e religiosos em um mesmo caldeirão de debate. E, independentemente de opiniões pessoais, não dá para negar o impacto da obra na sociedade digital.
“Periquita” escancara temas como misoginia, violência, corrupção e hipocrisia — ainda que sob a forma de paródia. Juliana Bonde, com sua ousadia costumeira, segue o caminho de artistas que usam a arte como forma de gritar, de cutucar e de incomodar.
Se sua música é genial ou de mau gosto? Isso ainda será discutido por muito tempo. Mas uma coisa é certa: Juliana Bonde conseguiu o que muitos artistas tentam e poucos alcançam — virar pauta nacional com apenas uma música de três minutos.