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Após ser trocado por Michelle, ex-médico de Bolsonaro faz forte desabafo: “Se eu fosse”

O renomado cirurgião Antônio Luiz Macedo, responsável por diversas intervenções cirúrgicas no ex-presidente Jair Bolsonaro, foi surpreendido por não ser convocado para acompanhar o procedimento realizado no último domingo (13/4), em Brasília. Macedo, que construiu uma relação próxima com Bolsonaro desde o atentado sofrido pelo então candidato em 2018, demonstrou serenidade diante da decisão, mas não escondeu a surpresa.

“Se eu tivesse sido chamado, com certeza teria ido. Nem pensaria duas vezes”, afirmou Macedo em entrevista ao portal Metrópoles. Apesar do vínculo médico consolidado com o ex-presidente, o especialista revelou que não recebeu qualquer convite ou consulta para compor a equipe responsável pela nova cirurgia.

Por que o médico de longa data foi deixado de lado?

A ausência de Macedo gerou um burburinho entre apoiadores de Bolsonaro e profissionais da saúde. Afinal, o cirurgião esteve presente em momentos críticos da trajetória médica do ex-mandatário, incluindo complicações abdominais resultantes da facada sofrida em Juiz de Fora. Sua ausência agora levanta a pergunta: o que motivou essa mudança de rota?

De acordo com fontes próximas, a decisão pode ter sido influenciada por dois nomes de peso na vida de Bolsonaro: a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-presidente. Ambos teriam participado da escolha da nova equipe médica, optando por profissionais que já atuam em Brasília.

Outra possível motivação para a troca remonta ao falecimento da ex-deputada Amália Barros, que morreu em 2023 após uma cirurgia realizada por Macedo para retirada de um nódulo benigno no pâncreas. Embora não tenha havido qualquer evidência de erro médico, a tragédia teria deixado cicatrizes emocionais na família Bolsonaro. Ainda assim, Macedo nega qualquer tensão ou ruptura com o clã presidencial: “Não houve desentendimento algum. Foi apenas uma questão logística”, pontuou.

Logística ou política? O que realmente pesou na escolha

Macedo foi categórico ao afirmar que a decisão de não ser chamado não teve motivações pessoais, tampouco políticas. “Eu moro em São Paulo, trabalho na rede D’Or, e é difícil estar à disposição em Brasília. Eles optaram por médicos locais, e eu entendo isso”, explicou com diplomacia.

Mesmo afastado do centro da decisão, o cirurgião fez questão de destacar que sua relação com Bolsonaro e sua família continua harmoniosa. “Sempre me dei muito bem com ele e com todos da família. Essa decisão não muda nada. Só não fui chamado desta vez”, disse, evidenciando maturidade profissional e desapego de vaidades.

A cirurgia de Bolsonaro foi conduzida no Hospital DF Star, sob a coordenação do experiente cirurgião Cláudio Birolini, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Macedo, inclusive, elogiou o trabalho do colega: “O doutor Birolini é extremamente competente. Tenho certeza de que tudo foi feito da melhor maneira possível”.

Rivalidade médica? “O importante é que ele esteja bem”, diz Macedo

Diante dos boatos sobre uma possível disputa entre profissionais da medicina em torno de Bolsonaro, Macedo foi direto: “Não existe rivalidade. Isso é coisa que inventam. O que realmente importa é a recuperação do paciente”.

A declaração vem como uma tentativa de estancar as especulações que circularam nas redes sociais e nos bastidores políticos, sugerindo uma possível exclusão proposital do cirurgião de confiança. Macedo, por sua vez, mantém o foco na saúde de seu antigo paciente: “Não fico triste, nem chateado. Minha preocupação é com a recuperação dele, apenas isso”.

A clareza e a serenidade com que o médico abordou o tema mostram um profissional que valoriza o bem-estar do paciente acima de qualquer protagonismo. Ao mesmo tempo, a situação escancara como decisões médicas em figuras públicas ganham contornos políticos e emocionais, gerando repercussões que extrapolam o ambiente hospitalar.

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