Notícias

“TERÇA DE LUTO” Ônibus tomba com 54 pessoas e deixa 11 m0rtos em Minas Gerais na MG-223

Um grave acidente ocorrido na madrugada desta terça-feira (8) transformou a MG-223, no Triângulo Mineiro, em palco de uma das maiores tragédias rodoviárias da região. Um ônibus com 54 ocupantes, que fazia o trajeto entre Anápolis (GO) e São Paulo (SP), tombou em um trecho conhecido como “Trevo do Queixinho”, entre Araguari e Tupaciguara, resultando em 11 mortes confirmadas e 36 feridos, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

Entre as vítimas fatais estão duas crianças, de apenas 2 e 4 anos, o que intensificou ainda mais o sentimento de comoção diante do episódio. Segundo os primeiros levantamentos, o motorista teria perdido o controle do veículo por volta das 3h40 da madrugada, levando ao capotamento que deixou a estrutura do ônibus virada e muitos passageiros presos nas ferragens.

A empresa responsável pelo veículo, Real Expresso, confirmou que o transporte levava 53 passageiros e um motorista, e que todos os documentos exigidos para o transporte interestadual estavam em conformidade com a legislação, conforme confirmado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). O motorista do veículo saiu ileso.

Veja a reportagem aqui


Feridos lutam pela vida: entre eles, uma gestante em estado crítico

O impacto do acidente deixou uma sequência de cenas angustiantes. Dos 36 feridos, metade necessitou de atendimento hospitalar imediato, sendo encaminhados para unidades de saúde da região, como a UPA de Araguari e o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU).

Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), cinco dos pacientes estão em estado grave, incluindo uma gestante que corre risco de perder o bebê. O HC-UFU confirmou que está prestando atendimento a sete vítimas do acidente, em um esforço conjunto com a Secretaria de Saúde municipal e o Corpo de Bombeiros.

Ainda de acordo com as autoridades de saúde, 13 pacientes continuam internados na UPA de Araguari, enquanto quatro foram transferidos para hospitais com maior capacidade. Os outros 18 feridos tiveram apenas escoriações leves e recusaram encaminhamento hospitalar.

A estrutura hospitalar da cidade entrou em estado de alerta. A prefeitura de Araguari declarou superlotação na UPA, pedindo que a população só busque atendimento no local em situações urgentes. A nota divulgada reforça o empenho da rede municipal para garantir suporte às vítimas e solicita compreensão da população para não sobrecarregar ainda mais o sistema.


Real Expresso e ANTT se manifestam: investigação já está em andamento

A empresa Real Expresso, responsável pelo ônibus acidentado, se posicionou por meio de nota oficial manifestando profundo pesar pelo ocorrido. A companhia reforçou que o veículo partiu de Anápolis às 20h30 do dia anterior e que, desde a confirmação do acidente, equipes especializadas foram deslocadas para o local para oferecer assistência às vítimas e seus familiares.

“Estamos concentrados em prestar apoio total aos passageiros e às famílias atingidas. Disponibilizamos um canal de atendimento 24h para orientações: 0800 728 1992”, declarou a empresa.

A ANTT também se pronunciou, informando que o ônibus estava regularizado, com toda a documentação em dia, incluindo o Seguro de Responsabilidade Civil, o Certificado de Segurança Veicular e o cronotacógrafo, equipamento que registra a velocidade e o tempo de direção do veículo.

A agência confirmou a instauração de um processo administrativo para monitorar o caso e colaborar com as investigações. O objetivo é apurar detalhadamente as causas do acidente e garantir que todas as providências cabíveis sejam tomadas para prevenir novos episódios trágicos.


Rodovia MG-223 acumula histórico sombrio de acidentes fatais

A MG-223, onde o trágico tombamento ocorreu, é uma via que infelizmente carrega um histórico recorrente de acidentes graves. Nos últimos anos, diversos registros trágicos mancharam a estrada, especialmente nos trechos próximos a Araguari, Tupaciguara, Estrela do Sul e Monte Carmelo.

Em julho do ano passado, um tenente da Polícia Militar perdeu a vida após capotar o veículo em um trecho semelhante ao do acidente com o ônibus. No mês seguinte, uma colisão frontal entre dois carros resultou na morte de uma jovem de 28 anos e deixou sete outros feridos.

Em 2021, um motociclista faleceu após colidir contra um ônibus na mesma rodovia, e no ano seguinte, um motorista de 27 anos perdeu a vida ao se chocar com um caminhão-tanque.

Esses dados revelam uma triste realidade: a MG-223 continua sendo um ponto de risco elevado, exigindo atenção redobrada das autoridades quanto à sua infraestrutura, sinalização e fiscalização de trânsito.


Considerações finais: a urgência de respostas e medidas preventivas

O acidente desta terça-feira é um lembrete doloroso da vulnerabilidade de quem utiliza as estradas brasileiras. Tragédias como esta expõem não apenas falhas que podem ocorrer na condução ou na manutenção dos veículos, mas também lacunas estruturais nas vias que cortam o país, especialmente aquelas que são frequentemente utilizadas para transporte interestadual de passageiros.

Enquanto famílias inteiras enfrentam o luto e outras tantas aguardam a recuperação de seus entes queridos, a sociedade clama por medidas eficazes que impulsionem a segurança no trânsito. Fiscalização mais rigorosa, melhoria na pavimentação e sinalização das estradas e revisões constantes nos protocolos de transporte de passageiros são ações que não podem mais ser adiadas.

Neste momento de dor, é essencial que o foco esteja no apoio às vítimas, na apuração rigorosa dos fatos e, principalmente, na prevenção de novas tragédias. Cada vida importa, e cada acidente evitável que se transforma em luto deve servir como alerta para mudanças urgentes e definitivas.

Mostrar mais

Artigos relacionados